Empresas da Bolsa: Poder de Precificação Impulsiona Lucros no Brasil

Descubra quais empresas brasileiras na Bolsa de Valores possuem forte poder de precificação e como isso impacta seus lucros e margens. Análise Bradesco BBI.
poder de precificação — foto ilustrativa poder de precificação — foto ilustrativa

O poder de precificação é um fator crucial para o sucesso das empresas brasileiras listadas na Bolsa de Valores, permitindo que mantenham lucros estáveis mesmo em cenários de inflação e concorrência acirrada. O Bradesco BBI destaca o Brasil como principal mercado na América Latina, seguido por Chile e Argentina, identificando ações com alto potencial de valorização e exposição à queda de juros. Entre as preferidas estão Cyrela, Assaí, Azzas e Ambev.

Na análise do banco, empresas como Totvs, Raia Drogasil, Vivara, Tenda, Vivo e Cury demonstram forte capacidade de aumentar preços sem perder clientes. Essa habilidade se traduz em margens de Lucro superiores, conferindo uma vantagem competitiva significativa.

A análise sobre o poder de precificação foi ampliada devido ao contexto de inflação persistente, desaceleração do PIB e o aumento da concorrência chinesa na América Latina. Esses fatores levantam questionamentos sobre a rentabilidade estrutural das empresas.

Mesmo companhias tradicionalmente vistas como vulneráveis, como Casas Bahia, Intelbras, Localiza, Lojas Renner, Magazine Luiza, Natura, Raia Drogasil e Ultrapar, têm apresentado margens de lucro estáveis e com tendência de alta. Analistas do Bradesco BBI acreditam que a preocupação do mercado com as dificuldades dessas empresas pode ser exagerada, dado seu poder de repassar Custos.

O Mercado interno brasileiro se destaca por margens de lucro mais altas e estáveis. Ao dividir o índice Bovespa em cestas de empresas domésticas (40) e de commodities (20), o Bradesco BBI observou que a margem média das empresas focadas no mercado interno é de 41%, contra 25% das empresas de commodities. Essa estabilidade é um diferencial importante.

Gráfico comparando margens de lucro de empresas brasileiras, destacando o poder de precificação.
Análise do poder de precificação das empresas brasileiras.

Estabilidade e Variação de Margens

Nos últimos cinco anos, a variação nas margens de empresas de commodities foi de 4,3 pontos percentuais, significativamente maior que os 1,6 ponto das empresas domésticas. Isso reforça a maior estabilidade dos lucros das empresas voltadas ao mercado interno.

Comparativamente, as oito empresas consideradas vulneráveis possuem margens brutas 7 pontos percentuais inferiores à média das empresas domésticas (35% contra 42%). Contudo, suas margens também subiram 2 pontos nos últimos cinco anos, com a exceção da Intelbras. A menor variação em suas margens (1 ponto contra 2 da cesta doméstica) sugere um poder de precificação subestimado por muitos investidores.

Análise Internacional: China, Argentina e Chile

No cenário internacional, as empresas chinesas apresentam margens brutas baixas, mas com baixa volatilidade, o que levanta a questão sobre a justiça dos descontos aplicados em suas avaliações. O Bradesco BBI sugere analisar se o desconto é justo.

Na Argentina, as margens estão abaixo da média regional e a volatilidade é alta. Uma recuperação macroeconômica poderia gerar ganhos expressivos. A Telecom Argentina lidera em margens ajustadas à volatilidade, enquanto empresas como Ternium Argentina e AdecoAgro figuram entre as de menores margens, afetadas pela instabilidade econômica e política.

O mercado chileno exibe extremos de margens. A cesta doméstica do Índice de Preços Selectivo de Acciones (IPSA) tem a margem média mais alta da região (47%). Em contrapartida, a cesta de ações cíclicas, incluindo SQM e LTM, registra apenas 12%, com alta volatilidade de margens nos últimos cinco anos (6,6 pontos contra 1,6 ponto na cesta doméstica).

Fonte: InfoMoney

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