As ações da Embraer (EMBJ3) apresentaram queda na sessão após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2025 (3T25). Por volta das 11h24 (horário de Brasília), os papéis registravam um recuo de 2,15%, negociados a R$ 85,39.
Resultados Financeiros da Embraer no 3T25
O Itaú BBA destacou que a Embraer reportou Receita e EBIT (lucro antes dos juros e impostos) em linha com as expectativas para o 3T25. Efeitos pontuais positivos contribuíram para um lucro líquido 21% superior ao consenso de mercado.
A fabricante de jatos divulgou um lucro líquido ajustado de R$ 289,4 milhões no terceiro trimestre de 2025, representando uma queda anual de 76,4%. O Ebit ajustado totalizou R$ 927,2 milhões, com margem de 8,5%. É importante notar a exclusão de R$ 67,5 milhões em itens extraordinários, comparado a R$ 1,649 bilhão com margem de 17,6% no ano anterior. A empresa ressaltou um item não recorrente significativo (US$ 150 milhões) referente a um acordo de Arbitragem com a Boeing no terceiro trimestre de 2024, que inflou artificialmente a margem Ebit ajustada em cerca de 900 pontos-base.
O Ebitda ajustado da Embraer somou R$ 1,276 bilhão entre julho e setembro, uma redução de 35,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. A margem Ebitda ajustada diminuiu de 21,1% para 11,7% na mesma comparação.
A receita consolidada alcançou um Recorde histórico para o período, atingindo R$ 10,9 bilhões, um aumento de aproximadamente 16% em comparação com o mesmo trimestre de 2024.
Perspectivas e Reações do Mercado
A empresa manteve sua orientação de resultados para o ano. Considerando a valorização recente das ações em antecipação a uma possível revisão para cima dessa projeção, o BBA já previa uma reação moderada do Mercado.
Nos primeiros nove meses de 2025, a Embraer entregou 46 aeronaves comerciais, em linha com a previsão anual de 77 a 85 unidades (ante 73 em 2024). No segmento de aviação executiva, foram 102 entregas, dentro da meta de 145 a 155 (comparado a 130 em 2024). A margem EBIT ajustada ficou em 8,6%, dentro da faixa prevista (7,5% a 8,3%), próxima dos 8,7% de 2024 (excluindo o impacto da Boeing). O fluxo de caixa livre acumulado foi negativo em US$ 247 milhões, abaixo da meta de mais de US$ 200 milhões e do resultado positivo de US$ 676 milhões em 2024.
A companhia reportou um impacto negativo de US$ 17 milhões no 3T25 relacionado às tarifas de importação dos EUA, concentrado na divisão executiva. Adicionalmente, antecipou perdas adicionais de US$ 35 milhões para o 4T25, com a possibilidade de mitigação desses valores.
Análises de Especialistas
Para o Bradesco BBI, os resultados foram considerados positivos no geral. O Ebitda ajustado ficou 2% acima da estimativa do banco e significativamente (+7%) acima do consenso. A Embraer reportou uma margem EBIT ajustada de 8,6% tanto no 3T25 quanto nos primeiros nove meses de 2025, reiterando a projeção para o ano, que inclui uma margem EBIT de 7,5% a 8,3%.
“Lembramos que o 4T costuma ser sazonalmente mais forte, portanto, esperamos que a Embraer esteja em linha com sua projeção, com uma possível surpresa positiva. Também estimamos uma margem EBIT ajustada de 8,9% para 2025, que está acima do limite superior da projeção”, apontou o banco.
Analistas de mercado mantêm uma visão otimista para a ação EMBJ3, que, até a véspera da divulgação, já acumulava alta superior a 50% em 2025. O BBI reitera recomendação de compra, com preço-alvo de US$ 72 para o ADR (recibo de ações negociado nos EUA) EMBJ. O BBA estabeleceu um preço-alvo ligeiramente menor, de US$ 69, mas também com recomendação de compra.
O JPMorgan compartilha dessa avaliação positiva, destacando que os múltiplos de negociação da Embraer estão atualmente inferiores aos de concorrentes como Boeing e Airbus.
Fonte: InfoMoney
