Eden: A Filosofia do Mediocre Triunfa Sobre o Hedonismo em Galápagos

Descubra em “Eden” como a filosofia do ‘mediocre’ triunfa sobre o hedonismo e o intelectualismo em um cenário de desafios extremos em Galápagos.
Eden filme filosofia — foto ilustrativa Eden filme filosofia — foto ilustrativa

O filme “Eden”, dirigido por Ron Howard e disponível no Prime Video, explora a complexa relação entre a filosofia de vida e os desafios práticos. Apesar de um Elenco de peso, incluindo estrelas como Sydney Sweeney, Ana de Armas e Jude Law, o longa não obteve sucesso nas bilheterias americanas, levantando questões sobre a recepção de obras que demandam maior reflexão.

Filosofia em Galápagos: Um Recomeço Radical

Inspirada em fatos reais dos anos 1930, a trama acompanha um grupo de indivíduos que decide recomeçar a vida radicalmente na ilha de Galápagos, no Equador, confiando em seus próprios recursos. O filme propõe uma análise sobre diferentes posturas filosóficas diante da vida e suas inevitáveis consequências.

Um dos grupos é liderado pelo intelectual Friedrich Ritter (Jude Law) e sua esposa Dore Strauch (Vanessa Kirby). Buscando inspiração para sua obra filosófica magna, eles abandonam a medicina e a sociedade alemã, considerada corrompida, em busca de uma pureza moral utópica. Ritter acreditava que seu livro provocaria uma revolução mundial, adaptando o mundo à sua visão.

Pessoas em uma ilha remota, representando a busca por um recomeço radical em Eden.
Ilha de Galápagos: cenário de desafios extremos para os personagens de “Eden”.

O Pragmatismo Versus o Intelectualismo e Hedonismo

Em contraste, surge o casal alemão Heins e Margret (Daniel Brühl e Sydney Sweeney), que chega à ilha com o filho adolescente. Heins, um ex-funcionário público, decide viver isolado, confiando apenas no fruto de seu trabalho. Diferentemente do casal Ritter, eles não possuem a mesma formação intelectual ou charme, mas demonstram uma ética calvinista focada em trabalho árduo e superação de dificuldades, característica atribuída aos conservadores.

A terceira vertente é representada pela baronesa Eloise Bosquet de Wagner Wehrhorn (Ana de Armas), acompanhada por seus amantes Robert Phillipson (Toby Wallace) e Rudolph Lorenz (Felix Kammerer), além de um servo equatoriano, Manuel Borja (Ignacio Gasparini). Eloise encarna o hedonismo e a irresponsabilidade, com o delirante plano de construir um grande resort na ilha, simbolizando a vida como sedução e busca incessante por prazer.

A Ilha como Metáfora da Vida e Seus Desafios

A própria ilha de Galápagos se torna um personagem crucial, impondo condições extremas que forçam os habitantes a lutar por sobrevivência. A escassez de comida e água, a presença de animais selvagens e as doenças testam a resiliência de todos. O ambiente hostil simboliza a própria vida e seus desafios imperiosos, onde a violência pode se tornar uma saída diante de impasses intransponíveis.

O Triunfo da Mediocridade Esforçada

A interação entre esses grupos, somada às intempéries do ambiente, revela um desfecho onde apenas aqueles com uma ética profunda de enfrentamento às adversidades prosperam. O hedonismo e o intelectualismo, representados pelos personagens de Jude Law e Ana de Armas, sucumbem diante da realidade brutal. Em contrapartida, a suposta ‘mediocridade’ do esforço contínuo e consciente de uma família, sem grandes reflexões ou ilusões sobre a busca pelo prazer ou a adaptação do mundo a esquemas mentais, emerge como a força vencedora.

Fonte: Estadão

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