O ex-governador de São Paulo, João Doria, declarou que se as eleições presidenciais de 2026 fossem hoje, seu apoio seria direcionado a um candidato de centro. Doria enfatizou que o Brasil necessita de um “agente pacificador”, distanciando-se de opções ligadas ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“A minha posição sempre foi, e continua sendo, muito clara: uma opção de centro, de equilíbrio, de ponderação. Um candidato que seja capaz de dialogar com a esquerda e com a direita, de ser respeitado pela opinião pública e que seja também um pacificador. O candidato que compuser esse perfil, a meu ver, terá grandes chances de disputar de forma competitiva as eleições presidenciais”, afirmou Doria em Entrevista ao Correio Braziliense.
Governadores como potenciais candidatos
Doria apontou os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); Paraná, Ratinho Júnior (PSD); Goiás, Ronaldo Caiado (União); e Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), como “candidatos de centro-direita que podem compor esse perfil pacificador e unificador do país, sem desmerecer o presidente Lula”.
Sem partido desde que deixou o PSDB, Doria declarou não ter planos de retornar à política. Ele também elogiou a gestão de Tarcísio de Freitas em São Paulo, destacando a continuidade de obras iniciadas em sua administração e uma “visão correta dos problemas e das soluções que o Estado exige”. “Vem colhendo bons resultados no efeito e, também, na imagem”, comentou.
Considera natural que o governador paulista figure entre os possíveis candidatos à Presidência, dada a dimensão econômica e demográfica do estado. Doria expressou o desejo de que o país não viva mais quatro anos de polarização política, alertando que “o preço disso será alto demais para o seu povo viver mais quatro anos de conflito e de confronto”.
Condenação de Bolsonaro e 8 de janeiro
Sobre a condenação do ex-presidente Bolsonaro a 27 anos e três meses de Prisão e a possibilidade de anistia, Doria avalia que “simplesmente eliminar a pena” seria um “gesto afrontoso à Justiça” e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“O fato é que houve um julgamento com direito à plena defesa do ex-presidente. O tempo poderá, também, corrigir se houver alguma falha na interpretação da lei. Em relação aos demais, defendo a dosimetria”, disse Doria, referindo-se aos presos por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Ele comentou sobre os participantes dos atos: “Muitos que estavam ali sequer sabiam exatamente o que estavam fazendo, ainda que estivessem no lugar errado, na hora errada, com o posicionamento errado”.
Fonte: Estadão