Dólar em baixa: Boletim Focus e tensões globais guiam mercado

O Mercado financeiro abre a semana sob forte influência de fatores internos e externos. O dólar inicia os trabalhos monitorando o cenário doméstico, especialmente o aguardado Boletim Focus, enquanto o Ibovespa se prepara para iniciar suas negociações. Investidores estão atentos a novos dados de inflação no Brasil e aos desdobramentos fiscais nos Estados Unidos. Na China, o crescimento do PIB oferece um contraponto de estabilidade em meio a uma desaceleração global.

Na agenda doméstica, a mais recente edição do Boletim Focus, divulgada pelo Banco Central, trouxe projeções de inflação oficial para 2025 em queda, atingindo 4,70%, a quarta redução consecutiva. As estimativas para 2026 e 2027 mantêm-se em 4,28% e 3,90%, respectivamente, indicando um cenário de controle inflacionário.

Tensão Fiscal nos EUA e Impacto na Economia

Nos Estados Unidos, a preocupação com a aprovação do Orçamento federal segue alta, com o risco de uma paralisação parcial do governo permanecendo no radar. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, alertou que os cortes orçamentários já começam a impactar a economia, com perdas diárias estimadas em cerca de US$ 15 bilhões. Essa instabilidade fiscal nos EUA pode gerar volatilidade nos mercados globais.

Setor Bancário Americano Sob Pressão

O setor bancário regional dos EUA tem sido foco de apreensão após revelações de fraudes em empréstimos por parte de Western Alliance e Zions. Embora analistas considerem a reação do mercado exagerada diante das perdas estimadas, o episódio reacende preocupações sobre a solidez das carteiras de crédito. Paralelamente, empresas como First Brands e Tricolor Holdings enfrentam dívidas bilionárias e entraram com pedidos de recuperação judicial, evidenciando os desafios em parte do setor corporativo americano.

China: PIB em Linha com Expectativas

Do outro lado do mundo, a China divulgou um crescimento de PIB de 4,8% no terceiro trimestre, resultado que se alinha às projeções de analistas. Este dado reforça a percepção de estabilidade da economia chinesa, um ponto de atenção em um contexto de desaceleração global. A relação comercial entre EUA e China continua sendo um fator de observação, com declarações do presidente Donald Trump indicando a busca por um acordo justo, mas sem descartar tarifas.

Relações Diplomáticas e Comércio Bilateral

Em um desenvolvimento diplomático, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, definiram um canal direto de comunicação entre os dois governos. A iniciativa visa fortalecer o diálogo bilateral, com foco especial no comércio e em possíveis revisões de tarifas e sanções americanas. Uma reunião técnica virtual está prevista para os próximos dias, um passo importante para a retomada de negociações.

Impacto nos Mercados Globais

A conjuntura atual, marcada pela incerteza fiscal nos EUA, tensões comerciais e notícias pontuais no setor bancário, tem levado a movimentos cautelosos nos mercados globais. As bolsas europeias e asiáticas apresentaram perdas, refletindo a aversão ao risco, enquanto Wall Street mostrava alguma recuperação impulsionada por expectativas de desfechos positivos em negociações comerciais. A performance de ativos como o dólar e o Ibovespa no Brasil será crucial para entender o reflexo dessas dinâmicas no mercado nacional.

Fonte: G1