O dólar à vista encerrou a sessão desta sexta-feira (31) perto da estabilidade, apesar da valorização da moeda americana no exterior, onde o índice DXY atingiu os níveis mais altos em três meses. Comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed) que indicaram uma postura mais conservadora em relação a cortes de juros levaram investidores globais a reavaliar suas expectativas.
Ajuste Global e Impacto no Câmbio Brasileiro
Esse ajuste de perspectiva no mercado global se refletiu na diminuição de apostas contra o dólar (posições vendidas), o que impulsionou a apreciação global da divisa. Contudo, o movimento foi mais contido em moedas de mercados emergentes. No Brasil, a formação da taxa Ptax de fim de mês pode ter atenuado a magnitude dessa variação. Apesar da estabilidade no dia, o dólar acumulou uma valorização de 1,08% frente ao real ao longo de outubro.
No fechamento do dia, o dólar à vista registrou uma leve queda de 0,01%, cotado a R$ 5,3798, após oscilar entre R$ 5,3708 e R$ 5,3979. Na semana, a divisa americana apresentou queda de 0,23%. O euro comercial, por sua vez, recuou 0,34% no dia, a R$ 6,2003, acumulando perdas de 1,14% na semana e 0,76% no mês. No cenário Internacional, o índice DXY, que compara o dólar com seis moedas desenvolvidas, avançava 0,28%, aproximando-se de 99,798 pontos.
Volatilidade e Influência da Ptax
A sessão de hoje iniciou com o dólar em leve alta, refletindo a dinâmica global. Ao longo da manhã, a divisa ganhou força frente ao real, mas essa tendência se reverteu, evidenciando a volatilidade característica dos últimos dias do mês, influenciada pela formação da Ptax. Essa taxa é crucial para o ajuste de posições de operadores comprados e vendidos em dólar.
Perspectivas do Mercado e Resiliência do Real
Estrategistas do BBVA observam que, embora o real e outras moedas de emergentes tenham sofrido desvalorização recentemente devido ao postura mais conservadora do Fed, a retomada dos mercados de ações pode beneficiar essas divisas. Isso foi observado na sessão, com o Ibovespa batendo Recorde intradiário pelo terceiro dia consecutivo, enquanto o real manteve sua força relativa. O banco espanhol sugere que essa resiliência pode sustentar a resistência do câmbio brasileiro na faixa de R$ 5,40 por dólar.
Análise de Posicionamento e Riscos Externos
Apesar da estabilidade no dia, o real se desvalorizou em outubro. A tendência de valorização do dólar, mais forte no Brasil até meados do mês, foi reequilibrada nos mercados globais nos dias subsequentes, com a moeda americana apresentando valorizações semelhantes em mercados pares. Estrategistas do Wells Fargo alertam que o posicionamento no real ainda é de compra (aposta na valorização), o que o torna mais vulnerável a choques externos, como flutuações do dólar, juros nos EUA e o crescimento global, além de fatores domésticos como a política monetária e fiscal.
Fonte: Valor Econômico