Dólar e Ibovespa em Atenção: Copom e Dados dos EUA Ditama o Mercado

Dólar e Ibovespa em atenção: mercado aguarda decisão do Copom sobre Selic e dados de emprego e atividade dos EUA. Veja as análises.
Dólar e Copom — foto ilustrativa Dólar e Copom — foto ilustrativa

O dólar abriu a sessão desta quarta-feira (5) em compasso de espera, com investidores voltados tanto para o cenário doméstico quanto para os indicadores econômicos provenientes dos Estados Unidos. Simultaneamente, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve sua abertura marcada para as 10h, com os mercados atentos aos desdobramentos.

A principal expectativa do Mercado está direcionada para o resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que será divulgado ao final do dia. A projeção consensual é de que a taxa Selic seja mantida em 15% ao ano. No âmbito Internacional, dados cruciais sobre emprego e atividade econômica nos Estados Unidos são esperados para calibrar o apetite dos investidores globais.

Copom: Manutenção da Selic e Discurso Chave

O Comitê de Política Monetária (Copom) encerra nesta quarta-feira (5) sua reunião, iniciada na véspera. A forte expectativa do mercado financeiro recai sobre a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. Apesar de sinais de desaceleração econômica e uma inflação mais comportada, analistas econômicos avaliam que ainda é prematuro para o Banco Central iniciar um ciclo de cortes.

O ponto crucial desta decisão não reside apenas na manutenção da taxa, mas sobretudo no discurso que acompanhará o anúncio. Para Alison Correia, analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos, o mercado busca entender os sinais sobre quando a autoridade monetária começará a discutir a possibilidade de redução dos juros. “Mais importante do que a manutenção da taxa é o que será dito depois”, afirmou Correia, indicando que há uma percepção de que as reduções nos juros possam ocorrer já no início do próximo ano.

As declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e de outros membros da Diretoria serão fundamentais para que os investidores consigam decifrar o tom da política monetária e as perspectivas futuras. A comunicação do BC é vital para a ancoragem das expectativas e para a estabilidade econômica.

Gráfico mostrando a variação semanal e mensal do dólar e do Ibovespa no mercado financeiro brasileiro.
Mercado financeiro aguarda decisões importantes.

Indicadores Econômicos nos EUA

No cenário Internacional, a divulgação de dados econômicos dos Estados Unidos assume protagonismo. O relatório da ADP, que mede a criação de vagas no setor privado, será divulgado às 10h15 e servirá como um importante termômetro antecipado para o Payroll, o relatório oficial de empregos do Governo americano, que está suspenso em decorrência do shutdown.

Adicionalmente, a Suprema Corte dos EUA analisa nesta quarta-feira a legalidade das tarifas impostas durante o governo de Donald Trump, que impactaram diversos parceiros comerciais, incluindo o Brasil. A decisão pode reacender o debate sobre protecionismo e seus efeitos nas cadeias produtivas globais.

A paralisação do governo americano, que já atinge seu 36º dia, configurando-se como a mais longa da história do país, continua sem perspectivas de acordo entre democratas e republicanos. O impasse orçamentário tem gerado impactos significativos, como a interrupção da assistência alimentar para milhões de americanos e o atraso na divulgação de dados econômicos cruciais, como o Payroll e o índice de preços ao consumidor (CPI).

Gráfico detalhando a situação do shutdown do governo americano, com dados sobre impacto no emprego e na economia.
Shutdown nos EUA afeta a economia e dados importantes.

Produção Industrial Brasileira em Outubro

Os dados mais recentes da produção industrial brasileira revelam uma queda de 0,4% em setembro em relação a agosto, o que anula parte do avanço de 0,7% registrado no mês anterior. Apesar desse recuo, o setor industrial permanece 2,3% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas ainda 14,8% abaixo do pico histórico alcançado em maio de 2011.

Na comparação anual, em setembro de 2024, houve um crescimento de 2,0%. Contudo, o acumulado do ano mostra uma evolução de apenas 1,0% frente ao mesmo período do ano anterior, indicando uma perda de ritmo. O crescimento em 12 meses foi de 1,5%, inferior aos meses anteriores, como agosto (1,6%) e julho (1,9%). A média móvel trimestral, que mede a tendência de curto prazo, variou 0,1% no trimestre encerrado em setembro.

Entre as 25 atividades industriais pesquisadas, 12 apresentaram queda. Os setores que mais contribuíram para o recuo foram o farmacêutico (-9,7%), o extrativo (-1,6%) e o automobilístico (-3,5%). Por outro lado, 13 atividades registraram crescimento, com destaque para alimentos (1,9%), fumo (19,5%) e madeira (5,5%). Na comparação anual, o setor de alimentos cresceu 7,1%, enquanto o de petróleo e biocombustíveis caiu 7,2%.

Impacto Global e Perspectivas de Mercado

Em Wall Street, os mercados americanos fecharam em queda na terça-feira, após um forte desempenho recente impulsionado por ações de tecnologia. Preocupações com uma potencial bolha no setor de inteligência artificial e o anúncio do fundo soberano da Noruega de votar contra o pacote de remuneração de Elon Musk na Tesla contribuíram para o recuo.

Na Europa, os mercados apresentaram desempenho misto, com investidores aguardando resultados corporativos e acompanhando discursos de autoridades monetárias. O índice pan-europeu STOXX 600 encerrou em queda de 0,3%, com variações em outros índices como CAC 40 (França) e DAX (Alemanha) em queda, enquanto o FTSE 100 (Reino Unido) e o Ftse/Mib (Itália) registraram leves altas.

Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em queda, com realização de lucros e incertezas sobre a recuperação econômica da China e tensões geopolíticas pesando no sentimento geral. O Nikkei (Japão), Hang Seng (Hong Kong) e SSEC (Xangai) apresentaram perdas.

Gráfico da bolsa de valores de Nova York, mostrando queda nos principais índices como S&P 500 e Nasdaq.
Bolsas internacionais reagem a dados e expectativas.

Em suma, o mercado financeiro brasileiro opera em um cenário de cautela, aguardando as definições sobre a taxa de juros com a decisão do Copom e os desdobramentos dos indicadores econômicos dos Estados Unidos. A combinação desses fatores definirá o rumo dos ativos nas próximas sessões.

*Com informações da agência de notícias Reuters.

Fonte: G1

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