O dólar à vista registrou uma queda significativa frente ao real, revertendo parte da valorização da sexta-feira. A movimentação ocorre após sinais do Governo Donald Trump sobre a possibilidade de negociações comerciais com a China. O real brasileiro se destacou entre as moedas mais líquidas, apresentando a segunda maior valorização, superado apenas pelo peso argentino.
Apesar da melhora, a cotação do dólar ainda se manteve distante do patamar de R$ 5,37, visto no fechamento de quinta-feira, o que indica a persistência de um prêmio de risco no horizonte. Fatores internos, como a situação fiscal e o cenário eleitoral, também estiveram no radar dos agentes financeiros, embora não tenham alterado substancialmente a precificação dos ativos no pregão.
Ao final da sessão no mercado à vista, o dólar encerrou o dia em queda de 0,75%, cotado a R$ 5,4617. O euro comercial também recuou, com desvalorização de 1,14%, negociado a R$ 6,3168. No cenário Internacional, o índice DXY, que compara o dólar a seis moedas fortes, apresentava leve alta de 0,30%, atingindo 99,273 pontos.
Contexto Internacional e Influência no Mercado Brasileiro
A sinalização de uma possível negociação entre os Estados Unidos e a China traz um alívio para os mercados globais, impactando diretamente moedas de economias emergentes como o real. A tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo tem sido um fator de volatilidade constante, e qualquer indício de resolução tende a impulsionar ativos de risco.
Cenário Doméstico e Avaliação de Risco
Internamente, o mercado financeiro continua atento a questões fiscais e ao desenrolar do processo eleitoral. Esses fatores domésticos adicionam um prêmio de risco que impede o real de recuperar totalmente suas perdas anteriores, mesmo diante de notícias positivas no cenário externo. A volatilidade observada reflete a cautela dos investidores em precificar os ativos com base em informações ainda em desenvolvimento.
Perspectivas para a Moeda Brasileira
Analistas de mercado sugerem que, embora a expectativa de negociações comerciais entre China e EUA seja um fator positivo, o real ainda precisa de mais catalisadores para uma valorização sustentada. A resolução das incertezas fiscais e a definição do cenário político são cruciais para atrair investimentos de longo prazo e consolidar a recuperação da moeda brasileira. Acompanhar os desdobramentos dessas negociações será fundamental nas próximas semanas.
Fonte: Valor Econômico