O dólar à vista registrou queda frente ao real nesta segunda-feira, impulsionado pelo alívio na percepção de risco global. Esse cenário beneficiou moedas de mercados emergentes e aquelas ligadas a preços de commodities, fazendo com que o real se destacasse entre as divisas com melhor desempenho do dia.
Juros elevados como âncora cambial
Os juros altos no Brasil continuam a ser um fator crucial para a estabilidade da moeda brasileira em períodos de menor estresse no cenário internacional. Com a melhora observada, o movimento recente do câmbio apagou o mau humor registrado em 10 de outubro, que foi influenciado pela iminência de escalada nas tensões comerciais entre China e Estados Unidos, além do receio local com o risco de crédito de empresas brasileiras.
Desempenho do Câmbio e Cenário Internacional
Ao final das negociações no Mercado à vista, o dólar fechou em queda de 0,63%, sendo negociado a R$ 5,3708. A moeda atingiu a mínima de R$ 5,3662 e chegou perto da máxima de R$ 5,4136. Em paralelo, o euro comercial também apresentou desvalorização, caindo 0,88% e fechando a R$ 6,2520.
No cenário Internacional, o índice DXY, que avalia a força do dólar em relação a seis moedas de mercados desenvolvidos, registrava alta de 0,15% perto das 17h10, alcançando 98,576 pontos. Essa dinâmica externa, embora apresente certa valorização do dólar em relação a moedas fortes, não impediu a valorização do real no mercado doméstico.
Fatores de Influência e Perspectivas
Analistas apontam que a combinação de um ambiente Internacional mais calmo e a atratividade dos juros brasileiros, mesmo com a política monetária sendo discutida para possíveis cortes futuros, tem sustentado a moeda nacional. O COPOM, com sua taxa de juros ainda em patamares elevados, oferece um prêmio de risco interessante para investidores, mitigando pressões de saída de capital e atração de fuga de divisas. A expectativa é que, enquanto os juros permanecerem altos em relação a outras economias, o real tenha suporte contra o dólar em momentos de maior aversão ao risco.
A recente tensão causada pela guerra comercial e os receios sobre o crédito brasileiro foram momentaneamente deixados de lado com a melhora no sentimento global. Contudo, a vigilância sobre esses fatores permanece, pois qualquer nova escalada de tensões ou notícias negativas sobre a economia local pode rapidamente reverter o quadro cambial.
Fonte: Valor Econômico