O atual cenário de endividamento global pós-pandemia, a desaceleração da economia americana e a instabilidade política com as eleições de 2026 são fatores que exigem atenção de investidores que buscam proteger seu patrimônio. A economia mundial apresenta moedas fortes desvalorizadas, efeitos de tarifas na inflação dos EUA e em novos acordos comerciais, enquanto a China se destaca no setor de tecnologia, mas com um possível risco fiscal interno.
Renato Breia, sócio-fundador e CEO da Nord Wealth, ressalta a importância da diversificação global de investimentos para mitigar a exposição a variantes econômicas. “A abordagem clássica da alocação de ativos do Brasil é criar um portfólio muito ruim do ponto de vista da assimetria. Está todo mundo ‘comprado’ em Brasil”, afirma Breia, recomendando que o portfólio do brasileiro deve conter mais ativos globais.
Uma discussão relevante envolve a alocação internacional, com a Nord Wealth mantendo 18% para clientes de alta renda e buscando aumentar gradualmente essa exposição em clientes menores, atualmente entre 5% e 7%. A estratégia da casa prioriza investimentos além dos Estados Unidos, considerando a sobrevalorização de ações americanas, especialmente no setor de tecnologia.
China: Nova Fronteira Tecnológica para Investidores
Caio Zylbersztajn, sócio da Nord, explica que, diferentemente do período entre 2015/2016, quando a Bolsa chinesa se beneficiava de commodities e do setor imobiliário, a China tem investido massivamente em tecnologia nos últimos 10 anos. O país tem impulsionado a nova economia com foco em robótica, carros autônomos, energia, eletrificação e Inteligência Artificial.
Diante da sobrevalorização das ações de tecnologia nos EUA e da forte entrada da China nesse Mercado, Zylbersztajn aponta o mercado chinês como uma alternativa vantajosa. “É uma forma de se expor a essa tendência com múltiplos ativos e preços muito mais baratos”, declara. A recomendação é manter uma posição estrutural em ações americanas, porém em menor escala, complementando a saída com investimentos na Bolsa chinesa para capturar o potencial de crescimento dessa tendência.
Essa estratégia de diversificação global, com foco crescente na China, visa oferecer um complemento robusto para investidores que já possuem exposição ao mercado brasileiro, buscando capturar tendências tecnológicas emergentes a preços mais acessíveis e reduzindo a concentração em um único mercado.
Fonte: InfoMoney