Diretor da PF revela por que não participou de operação letal no RJ

Diretor da PF detalha por que corporação não participou de operação letal no RJ, apesar de contato. Entenda a decisão.
Operação PF Rio de Janeiro — foto ilustrativa Operação PF Rio de Janeiro — foto ilustrativa

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, revelou nesta quarta-feira (29) que forças de segurança do Rio de Janeiro, incluindo a Polícia Militar, contataram a PF para uma possível participação em uma “grande operação” na capital Fluminense. No entanto, a avaliação da direção regional da PF foi de que a ação planejada “não era razoável” e não condizia com os padrões da corporação, levando à decisão de não participar.

A declaração de Rodrigues ocorre um dia após a realização da operação mais letal da história do Rio de Janeiro, que resultou em mais de 130 mortes. Ele explicou que o contato ocorreu no “nível operacional”, com a inteligência da PM buscando uma colaboração pontual. Contudo, a análise do planejamento operacional pela equipe da PF no estado levou à conclusão de que a participação não seria apropriada.

“Houve um contato no nível operacional informando que haveria uma grande operação. Identificamos que nossa equipe do RJ, a partir da análise geral, entendemos que não era o modo que fazemos operação. Não teríamos nenhuma autorização legal para participarmos”, detalhou o diretor-geral da PF.

Segundo o Governo federal, não houve uma comunicação formal sobre a megaoperação. Andrei Rodrigues enfatizou a ausência de autorização legal para a participação da PF na ação.

Reunião no Palácio da Alvorada e Reações

O diretor da Polícia Federal participou de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada. No encontro, estiveram presentes os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça), Rui Costa (Casa Civil), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos). Em Entrevista, Lewandowski relatou que o presidente Lula ficou “estarrecido” com o elevado número de mortes na operação carioca.

Garantia da Lei e da Ordem (GLO) Não Foi Discutida

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, esclareceu que, durante a reunião, não foi discutida a possibilidade de decretação de uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio de Janeiro. Ele ressaltou que a GLO é uma decisão presidencial que reconhece a incapacidade das forças locais em lidar com o crime organizado e a instabilidade no estado. “GLO não foi abordada, porque não se colocou na mesa essa questão”, afirmou Lewandowski.

O ministro acrescentou que não houve qualquer pedido formal para tal medida. Embora já tenham ocorrido GLOs no Rio de Janeiro, especialmente em grandes eventos e em áreas portuárias e aeroportuárias, essa possibilidade não foi sequer cogitada no contexto atual da operação policial. A decisão final sobre a participação da PF e a necessidade de medidas excepcionais como a GLO dependem de análises rigorosas e de comunicação formal entre os entes federativos.

Diretor da Polícia Federal Andrei Rodrigues em entrevista.
Diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, explicou os motivos da não participação da corporação.
Ministro da Justiça Ricardo Lewandowski em coletiva de imprensa.
Ricardo Lewandowski afirmou que o presidente Lula ficou ‘estarrecido’ com a operação.

Fonte: G1

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