Deputado Lucas Bove: Denúncia por Perseguição e Violência Física e Psicológica

Deputado Lucas Bove denunciado por perseguição e violência contra ex-mulher. MP pede prisão preventiva. Detalhes da denúncia.
Denúncia contra deputado Lucas Bove — foto ilustrativa Denúncia contra deputado Lucas Bove — foto ilustrativa

O deputado estadual Lucas Bove (PL-SP) foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por crimes de perseguição, violência psicológica, violência física e ameaça contra sua ex-mulher, Cíntia Chagas. As acusações, que tramitam em segredo de Justiça, também levaram a um pedido de prisão preventiva do parlamentar, que nega as alegações. As denúncias abrangem um período entre 2022 e 2025, detalhando uma escalada de violência.

Detalhes da Denúncia contra Lucas Bove

Segundo a promotora Fernanda Raspantini Pellegrino, Bove é acusado de agir para controlar e degradar Cíntia Chagas, causando danos psicológicos e físicos. Os autos mencionam episódios em que o deputado teria beliscado e apertado a vítima, inclusive em público, enquanto consumia maconha. O Ministério Público também relata que Bove teria apontado uma arma de fogo para a ex-esposa, descrevendo-o como uma “brincadeira”, e chegado a arremessar uma faca em direção à sua perna.

As ameaças de morte em caso de traição e a repetição dessas intimidações em mensagens enviadas a terceiros também compõem a denúncia. A promotora detalha ainda o controle exercido pelo parlamentar sobre as roupas, a rotina e as interações sociais de Cíntia, incluindo exigências de provas de localização, restrições a viagens de trabalho e interferências em campanhas publicitárias. Em uma das mensagens, Bove teria criticado Cíntia, referindo-se a ela como “blogueira vendida”.

Impacto na Vítima e Descumprimento de Medidas Protetivas

Laudos psicológicos anexados ao processo indicam que Cíntia Chagas desenvolveu transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e passou a viver sob escolta e em veículo blindado, devido ao medo constante do ex-marido. A situação se agravou com o reiterado descumprimento de medidas protetivas concedidas a Cíntia após a separação em agosto de 2024. Mesmo proibido de citar o nome da vítima ou referenciar o processo, Bove teria publicado vídeos, discursos e postagens em redes sociais, inclusive durante sessões na Assembleia Legislativa de São Paulo, sugerindo que as acusações eram falsas e que ele estava sendo “silenciado” pela Justiça. Algumas postagens mencionaram o nome de Cíntia e compartilharam reportagens sobre o caso.

Posição do Ministério Público e Representação da Vítima

O Ministério Público argumenta que o deputado demonstra “claro desprezo às restrições judiciais impostas” e um “alto grau de reprovabilidade da conduta”, ao tentar “ridicularizar, minimizar e descredibilizar a vítima, expondo-a publicamente e gerando revitimização”. Diante desse cenário, a promotoria concluiu que medidas alternativas seriam insuficientes e solicitou a Prisão preventiva do parlamentar.

Em nota pública, a advogada Gabriela Manssur, que representa Cíntia Chagas, declarou que a denúncia “representa um marco importante para as mulheres na busca pela verdade, pela responsabilização e pela dignidade da vítima”, reforçando que “ninguém está acima da lei e da Justiça“.

Fonte: Estadão

Adicionar um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Imagens e vídeos são de seus respectivos autores.
Uso apenas editorial e jornalístico, sem representar opinião do site.

Precisa ajustar crédito ou solicitar remoção? Clique aqui.

Publicidade