Câmara Aprovou R$ 5 Bilhões para Defesa Fora do Teto de Gastos

Câmara aprova exclusão de R$ 5 bilhões em gastos com defesa do teto de gastos até 2031. Projeto libera R$ 3 bilhões no Orçamento de 2025.
Gráfico mostrando a aprovação do projeto de lei que retira gastos com defesa do teto fiscal. Gráfico mostrando a aprovação do projeto de lei que retira gastos com defesa do teto fiscal.

A Câmara dos Deputados aprovou um projeto que exclui do teto de gastos despesas de até R$ 5 bilhões destinadas à Defesa nacional entre 2026 e 2031. A medida também libera R$ 3 bilhões no Orçamento de 2025.

A aprovação contou com o apoio da maioria dos parlamentares, visando criar mais espaço fiscal para o Governo. O projeto recebeu 360 votos a favor, 23 contra, 127 ausências e duas abstenções. Apenas o partido Novo se manifestou contra a proposta, que agora segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Detalhes da Exclusão do Teto de Gastos

Segundo o texto, as despesas que serão retiradas do teto e do resultado primário são despesas de capital. Isso inclui investimentos na aquisição de máquinas, veículos e na melhoria e manutenção de estruturas militares.

A proposta, originada pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ), também visa excluir projetos estratégicos em Defesa nacional do cálculo da meta de resultado primário, que compara receitas e despesas do governo.

Economistas e a Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI) alertam que a retirada excessiva de gastos do escrutínio fiscal pode comprometer a credibilidade das contas públicas. A IFI estima que, em três anos, quase R$ 158 bilhões em despesas podem ficar fora do teto fiscal.

Programas Estratégicos de Defesa Blindados

O relator do projeto, deputado General Pazuello (PL-RJ), explicou que a medida tem o objetivo de proteger programas essenciais de oscilações orçamentárias. Isso garantiria a continuidade de investimentos em projetos como:

  • SISFRON: sistema de monitoramento das fronteiras terrestres.
  • PROSUB: programa de desenvolvimento de submarinos convencionais e nuclear.
  • Fragatas Classe Tamandaré: nova geração de navios de guerra.
  • Forças Blindadas: modernização de veículos de combate.
  • Caças F-39 Gripen: aquisição de aeronaves de combate.
  • KC-390: aeronave de transporte militar da Embraer.

“Novamente a gente está tentando ter uma boa intenção e elenca uma prioridade da forma errada. Aqui de novo a gente está falando de Orçamento paralelo, contabilidade criativa. Aqui de novo estamos falando de perder credibilidade do Orçamento. Está furando o arcabouço”, criticou a deputada Adriana Ventura (Novo-SP).

Em contrapartida, o líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), defendeu o projeto: “O governo vota sim. Esse é um projeto de interesse do governo. É um governo que valoriza as Forças Armadas e o setor de defesa. É um PAC para recuperar o tempo perdido que aconteceu aqui no Brasil”.

Tentativa de Incluir Combate ao Crime Organizado

O governo tentou incluir na proposta a destinação de parte dos recursos liberados para a Estratégia Nacional de Enfrentamento ao Crime Organizado. Contudo, a emenda foi rejeitada pelo relator sob a justificativa de inadequação financeira.

O deputado Lindbergh Farias lamentou a decisão, argumentando que a inclusão de verbas para o combate às facções criminosas não se tratava de inadequação, mas de prioridade governamental.

Fonte: G1

Adicionar um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Imagens e vídeos são de seus respectivos autores.
Uso apenas editorial e jornalístico, sem representar opinião do site.

Precisa ajustar crédito ou solicitar remoção? Clique aqui.

Publicidade