Defesa de Bolsonaro tenta último recurso contra pena de prisão

Defesa de Jair Bolsonaro tenta última cartada no STF com embargos infringentes para evitar prisão na ação da trama golpista. Entenda a estratégia.
prisão na Papuda — foto ilustrativa prisão na Papuda — foto ilustrativa

A Defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) busca uma última estratégia para evitar o cumprimento da pena em regime fechado. O caso refere-se à ação da trama golpista, e nesta sexta-feira (3), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para rejeitar um recurso do ex-presidente. Advogados avaliam a apresentação de uma nova fase recursal, os embargos infringentes, como uma tentativa de adiar a decretação da Prisão.

Bolsonaro já havia apresentado à Corte os embargos de declaração, um recurso com o objetivo de esclarecer pontos da decisão que o condenou. Os embargos infringentes, agora em estudo pela Defesa, só são aplicáveis quando há pelo menos dois votos divergentes entre os cinco ministros da Primeira Turma. No entanto, até o momento, houve apenas um voto divergente, o do ministro Luiz Fux. A estratégia da defesa é tentar levar o caso ao plenário.

Recursos Protelatórios e Multas

A Coluna do Estadão apurou que advogados de outros réus no processo da trama golpista debatem a viabilidade de apresentar esse novo questionamento. A principal preocupação é que o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, considere a estratégia como protelatória, ou seja, com o intuito de atrasar o andamento do processo.

Em 2022, o ministro Alexandre de Moraes aplicou uma multa de R$ 10 mil à Defesa do ex-deputado federal Daniel Silveira, bolsonarista, que havia apresentado diversos recursos ao tribunal. Na ocasião, Moraes escreveu: “A jurisprudência do STF firmou-se no sentido de que a utilização indevida das espécies recursais no processo penal desvirtua o postulado da ampla Defesa e configura abuso do direito de recorrer, sendo permitido, em tais casos, a fixação de multa por litigância de má-fé”.

Precedentes em Prisões

O ministro Alexandre de Moraes já utilizou argumento semelhante ao decretar a prisão do ex-presidente Fernando Collor em abril passado. Naquele caso, o ministro considerou que os recursos apresentados pela defesa buscavam apenas adiar o cumprimento da pena. Segundo Moraes, Collor “apenas reitera argumentos já enfrentados tanto no acórdão condenatório quanto no acórdão que decidiu os primeiros embargos de declaração, o que evidencia intenção procrastinatória na oposição do presente recurso”.

A defesa de Bolsonaro busca, portanto, alternativas para reverter ou, ao menos, postergar a decisão final, diante da possibilidade iminente de cumprimento da pena em regime fechado.

Fonte: Estadão

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