Um grupo de debenturistas da Vale busca negociar com a mineradora condições mais favoráveis para o programa de recompra de suas debêntures participativas. A iniciativa já congrega aproximadamente 35% dos detentores dos papéis, com o objetivo de atingir até metade do total, visando um valor considerado justo.
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A Vale anunciou no início do mês sua intenção de recomprar a totalidade das 388,5 milhões de debêntures em circulação. A mineradora propôs R$ 42 por papel, uma oferta que não foi bem recebida pelos credores, que estimam o preço justo em cerca de R$ 57.
Negociações avançam com Seneca Evercore
As discussões, coordenadas pela Seneca Evercore, têm previsão de avanço na próxima semana, segundo informações de fontes próximas ao assunto. A Seneca Evercore optou por não comentar, e a Vale não se manifestou até o fechamento desta reportagem.
A adesão dos debenturistas à oferta de recompra não é obrigatória, mas faz parte da estratégia da mineradora para otimizar sua estrutura de capital. Para a Vale, uma ampla adesão seria benéfica, possivelmente impulsionando negociações.
Origem das Debêntures Participativas da Vale
As debêntures participativas foram emitidas em 1997, durante o processo de privatização da mineradora. Na época, a dificuldade em estimar o valor de jazidas em fase inicial de exploração levou à decisão de emitir esses papéis, que conferem direito à participação em receitas futuras dessas jazidas.
A escritura de emissão determinou que o pagamento seria realizado após a comercialização acumulada de 1,7 bilhão de toneladas de minério de ferro do Sistema Sudeste e 1,2 bilhão de toneladas do Sistema Norte. Essa cláusula gerou questionamentos por parte de um grupo de gestoras, que em 2018 fecharam um acordo sigiloso com a Vale.
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Pagamentos e Mudança no Perfil do Investidor
O patamar do Sistema Norte foi atingido em 2013, e o do Sistema Sudeste, neste ano. O primeiro pagamento semestral referente ao Sistema Sudeste, no valor total de R$ 598,3 milhões, foi realizado em 30 de setembro, cobrindo prêmios sobre venda de minério de ferro, cobre e alienação de direito minerário.
O perfil dos investidores dessas debêntures mudou significativamente desde sua emissão. Até 2021, o Governo federal e o BNDES detinham cerca de 53% dos títulos. Atualmente, após zerarem suas posições, os papéis são majoritariamente detidos por gestoras, tesourarias e pessoas físicas.
Fonte: Valor Econômico