Crédito com Risco: Faria Lima alerta sobre Selic em 15% e juros altos

Na Faria Lima, o otimismo desenfreado em relação ao Mercado de crédito tem gerado alertas. Profissionais do setor observam um esquecimento crescente sobre o risco inerente à concessão de crédito, especialmente em um cenário de taxa Selic elevada, que atinge 15%.

Alerta sobre Debêntures Incentivadas

O diretor de um banco de investimentos expressou preocupação com a percepção de que as debêntures incentivadas ofereçam um retorno de renda fixa isento de risco. Ele questiona a sustentabilidade de muitas empresas em suportar juros tão altos por períodos prolongados, destacando que a borracha para emissões foi liberada e que os investidores estão menos exigentes.

O Impacto da Taxa Selic Elevada

A atual taxa básica de juros, a Selic em 15%, aumenta significativamente o custo do dinheiro. Isso, por sua vez, eleva o risco de inadimplência para empresas e consumidores. A euforia do mercado de crédito, impulsionada pela alta demanda por debêntures incentivadas, pode mascarar os perigos de se investir em ativos de maior risco sem a devida precificação das incertezas.

O que significa Risco de Crédito?

O risco de crédito refere-se à possibilidade de um devedor não cumprir com suas obrigações financeiras, seja o pagamento de juros ou do principal. No contexto atual, com a taxa Selic em patamares elevados, a capacidade de pagamento de muitas empresas pode ser comprometida, aumentando a probabilidade de calotes. A demanda por debêntures incentivadas, que muitas vezes não são lastreadas em garantias robustas, acentua essa preocupação.

Análise do Mercado e Perspectivas

Especialistas apontam que o mercado precisa reavaliar a relação risco-retorno. A busca por rentabilidade tem levado investidores a assumirem riscos que podem não ser compatíveis com seus perfis. A discussão na Faria Lima sinaliza a necessidade de cautela e de uma análise mais aprofundada das demonstrações financeiras das empresas emissoras, bem como das condições macroeconômicas que podem afetar a capacidade de pagamento de suas dívidas.

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Fonte: Valor Econômico