CPI do INSS impulsiona políticos nas redes e visibilidade eleitoral para 2026

CPI do INSS impulsiona parlamentares nas redes sociais, dobrando seguidores e fortalecendo visibilidade eleitoral para 2026. Saiba os detalhes.
CPI do INSS — foto ilustrativa CPI do INSS — foto ilustrativa

Parlamentares envolvidos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS estão capitalizando a visibilidade gerada pelas investigações para impulsionar suas próprias carreiras. O aumento expressivo no número de seguidores, com alguns parlamentares praticamente dobrando suas bases, sugere um impacto positivo em seus planos eleitorais para 2026.

Embora o tema não possua o mesmo apelo para pautar o debate público que a operação da Polícia Federal que desvendou fraudes na Previdência, ou o vídeo viral do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre o assunto, o colegiado tem mantido um nível de atenção considerável nas redes sociais. Um levantamento da consultoria Bites, a pedido da Folha, revela o ganho de visibilidade.

O presidente da CPI, Carlos Viana (Podemos-MG), quase dobrou sua base de seguidores, passando de 363,7 mil para 696,4 mil até 13 de outubro. Viana busca a reeleição como senador em 2026, enfrentando um cenário desafiador. Em 2022, obteve 7,23% dos votos para o Governo de Minas Gerais e, em 2024, apenas 1% para a prefeitura de Belo Horizonte. Eleito senador em 2018, se distanciou do bolsonarismo.

Pesquisas eleitorais indicam uma recuperação na imagem de Viana, e adversários admitem que a presidência da CPI pode expandir seu eleitorado potencial. A questão é se esse impulso se sustentará até as eleições de outubro de 2026, uma vez que a CPI se encerra em março.

O relator da CPI, Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), viu seus seguidores crescerem 51%, de 358,1 mil para 541,7 mil. Ele é cotado para disputar uma vaga de senador e chegou ao segundo turno para prefeito de Maceió em 2020, com 41,26% dos votos.

Gaspar tem adotado uma postura de confrontação com depoentes, exibindo slides com seu nome e conduzindo interrogatórios em pé, transmitidos em vídeo. Essa abordagem gerou questionamentos, com o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e Alencar Santana (PT-SP) acusando-o de usar a comissão para propaganda eleitoral.

Integrantes da CPI e assessores ouvidos reservadamente apontam que momentos de embate e declarações fortes contra depoentes geram maior engajamento eleitoral. Essa dinâmica beneficia até mesmo governistas, cuja missão principal é defender a gestão do presidente Lula.

Alencar Santana, por exemplo, teve uma das postagens com maior interação no Instagram (90 mil curtidas), mostrando um debate entre o ministro da CGU, Vinícius Carvalho, e o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). A postagem mais popular da CPI até o momento é do opositor Marcel Van Hattem (Novo-RS), com 438 mil curtidas.

Contexto e Viralização do Escândalo do INSS

O escândalo foi inicialmente exposto pela operação “Sem Desconto” em 23 de abril, com cerca de 300 mil menções nas redes sociais. As menções caíram para aproximadamente 200 mil diárias até 7 de maio, quando um vídeo de Nikolas Ferreira criticando o governo viralizou, elevando o tema a quase 350 mil menções.

Desde a instalação da CPI em 20 de agosto, com duas reuniões semanais, as menções diárias variam entre 57 mil e 127 mil. Segundo André Eler, diretor técnico da Bites, a persistência do tema no debate público se deve à sua fácil compreensão e ao impacto direto na vida dos beneficiários. Ele também ressalta a habilidade de grupos de direita em manter o assunto em alta para desgastar o governo Lula, o que favorece o ganho de imagem dos integrantes da CPI.

“Estamos falando de pessoas que não têm projeção nos temas mais nacionais e não costumam ter tanto protagonismo. Quando aparece um tema desses, eles conseguem de alguma forma fazer ressoar as ideias”, explicou Eler.

Deputados em reunião da CPI do INSS, buscando visibilidade política e eleitoral.
Parlamentares utilizam a CPI do INSS como plataforma para ganhar visibilidade e fortalecer suas candidaturas para 2026.
Carlos Viana, presidente da CPI do INSS, aumenta seguidores nas redes sociais.

Fonte: Folha de S.Paulo

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