CPI do Crime Organizado visa políticos e ‘andar superior’, diz presidente

CPI do Crime Organizado no Senado visa investigar políticos e o ‘andar superior’ do crime. Relator Alessandro Vieira. Objetivo é combater corrupção e propor soluções.
CPI do Crime Organizado — foto ilustrativa CPI do Crime Organizado — foto ilustrativa

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, Fabiano Contarato (PT-ES), declarou que o colegiado deve investigar políticos e o ‘andar superior’ que fomenta o avanço do crime organizado no Brasil. Contarato, que também é delegado de polícia, defende uma apuração abrangente que inclua a corrupção em instituições, buscando soluções concretas e evitando que a CPI se torne um palanque político pré-eleitoral.

A CPI foi instalada nesta terça-feira (4) e terá como relator o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), com Hamilton Mourão (Republicanos-RS) como vice-presidente. O senador enfatizou a possibilidade de conciliar a Defesa dos direitos humanos com um combate efetivo ao crime organizado, uma pauta que, segundo ele, não deve ser exclusiva da direita.

A CPI e suas Expectativas

Fabiano Contarato explicou que a CPI explorará diversas frentes do crime organizado, incluindo milícias, facções, tráfico de entorpecentes e o aspecto econômico. A investigação, segundo ele, pode alcançar envolvimentos de políticos e deve focar em apresentar soluções à população, com um perfil mais Técnico e pragmático, distanciando-se de discursos puramente políticos.

Evitando o Palanque Político

Para impedir que a CPI se torne um palco para discursos eleitorais em 2026, Contarato aposta em uma condução respeitosa e focada no objeto da investigação. Ele reconhece que haverá discursos com recortes políticos, mas ressalta seu compromisso em evitar desvios de pauta. O senador reiterou que ser progressista não significa ser permissivo com crimes como lavagem de dinheiro e corrupção, defendendo a inclusão do debate sobre segurança pública no campo progressista.

Debate Técnico e Segurança Pública

Contarato criticou a tendência do Congresso de focar em discursos punitivistas em vez de um debate Técnico sobre segurança pública. Ele citou o exemplo de um requerimento para aumentar a pena do estelionato para 19 anos, comparando-a à pena de homicídio, e defendeu o envolvimento de todos os partidos para tratar o tema com mais responsabilidade.

Posicionamento sobre Operação no Rio

Sobre a declaração do presidente Lula (PT) que classificou a operação no Rio de Janeiro como ‘matança’, Contarato expressou que a fala reflete a preocupação do chefe de Estado. No entanto, o senador, com sua experiência como delegado, pede cautela antes de julgamentos. Ele ressalta a necessidade de apuração detalhada do inquérito policial, que contará com a participação da Defensoria e do Ministério Público, para determinar se houve excessos e atribuir responsabilidades, se for o caso.

Legado Esperado para a CPI

O presidente da CPI espera que o colegiado ofereça uma resposta eficiente de mudança, focando na competência do Poder Legislativo e na cooperação mútua entre União, estados e municípios. A comissão deve apresentar diagnósticos, propor projetos de lei e legislar, buscando uma interação entre os poderes. Contarato almeja que a CPI alcance o ‘andar superior’ de quem, de alguma forma, contribuiu para estimular o crime organizado, incluindo a corrupção dentro das instituições.

Fonte: Valor Econômico

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