CPI do Crime Organizado: Baixas Expectativas para Nova Comissão

Entenda por que a CPI do Crime Organizado pode ter poucas resoluções práticas, apesar da formação de um colegiado com figuras proeminentes.
CPI do crime organizado — foto ilustrativa CPI do crime organizado — foto ilustrativa

Apesar da criação recente da CPI do Crime Organizado, o Governo Lula (PT) demonstra tranquilidade. A indicação de Fabiano Contarato (PT-ES) para a presidência e a Confiança no relator Alessandro Vieira (MDB-SE) são fatores que contribuem para essa postura. No entanto, a principal razão reside na complexidade do problema a ser investigado.

Um questionamento frequente no governo gira em torno de quem serão os alvos da CPI. As perguntas incluem a possibilidade de investigações sobre o próprio Lula, o PT, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, ou governadores como Cláudio Castro. Há também a dúvida se a CPI focará em figuras como Fernandinho Beira-Mar, líder do Comando Vermelho, cujo paradeiro em um presídio federal é conhecido.

O Dilema dos Responsáveis

A complexidade do crime organizado sugere que muitos indivíduos e entidades podem estar envolvidos. Antes que os culpados sejam apontados, é provável que os direitos humanos acabem no banco dos réus, dada a magnitude do problema.

O líder do PT, Rogério Carvalho (SE), comentou que a direita mobilizou o que chamou de “time número um da pirotecnia bandida” para compor a CPI. Entre os nomes associados à direita e extrema-direita, estão Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Magno Malta (PL-ES) e Eduardo Girão (Novo-CE), além do ex-ministro da Segurança Pública, Sergio Moro (União Brasil-PR), todos com experiência em gerar polêmica. Hamilton Mourão, ex-vice de Jair Bolsonaro (PL), é considerado o mais moderado entre eles.

Enquanto parte do centro e da esquerda demonstra dificuldade em abordar temas sensíveis, como operações com um grande número de vítimas, a direita adota uma postura mais direta, defendendo a ideia de que “bandido bom é bandido morto”. Essa dicotomia de abordagens evidencia um desequilíbrio no debate público.

Imagem ilustrativa de uma investigação policial.
Contexto da CPI do crime organizado.

Disputa por Visibilidade Política

A percepção é que a CPI pode ter sido criada mais para disputar tempo de tela, especialmente a um ano das eleições. A dificuldade em manter um debate honesto se intensifica quando um lado precisa ser cauteloso em suas declarações, enquanto o outro se sente livre para adotar uma retórica mais agressiva.

A polarização política e a busca por capital eleitoral podem comprometer a eficácia da CPI em apresentar soluções concretas para o combate ao crime organizado, limitando seu impacto real na melhoria da segurança pública.

Fonte: Folha de S.Paulo

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