Coreia do Sul e EUA chegam a acordo comercial com tarifas reduzidas

Coreia do Sul e EUA concluem acordo comercial com redução de tarifas de importação para 15%. Detalhes sobre investimentos e impacto econômico.
Coreia do Sul e EUA acordo comercial — foto ilustrativa Coreia do Sul e EUA acordo comercial — foto ilustrativa

A Coreia do Sul anunciou nesta quarta-feira (29) ter alcançado um consenso sobre os detalhes de um acordo comercial de longa data com os Estados Unidos. O acordo foi firmado durante a visita do presidente Donald Trump ao país, garantindo concessões sobre o montante de investimentos que a Coreia do Sul precisaria realizar em território americano.

Kim Yong-beom, chefe de gabinete do presidente sul-coreano Lee Jae-myung, divulgou o acordo após um encontro entre os líderes, realizado à margem da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico. Esta foi a penúltima etapa da viagem de Trump pela Ásia, que se encerraria com um encontro com o líder chinês Xi Jinping.

Detalhes do Acordo Comercial

O acordo entre os EUA e a Coreia do Sul foi selado após meses de negociações tensas. Antes da visita de Trump, as expectativas de um fechamento eram baixas. Em julho, a Coreia do Sul havia concordado com uma estrutura geral, mas divergências persistiam sobre a exigência americana de um compromisso de investimento de US$ 350 bilhões.

Em anúncio posterior, a Casa Branca detalhou algumas compras planejadas de equipamentos e energia americanos por parte de empresas sul-coreanas, além de investimentos dos EUA em companhias da Coreia do Sul. A Korean Air, por exemplo, anunciou a compra de 103 aviões da Boeing.

Redução de Tarifas e Estrutura de Investimento

Conforme Kim Yong-beom, os Estados Unidos concordaram em reduzir as tarifas de importação sobre produtos sul-coreanos de 25% para 15%. Além disso, os EUA aceitarão investimentos em dinheiro de até US$ 20 bilhões por ano, com outros US$ 150 bilhões reservados para investimentos em suas operações de construção naval.

Os países definiram que a Coreia do Sul investirá em projetos considerados “comercialmente razoáveis”, com o investimento sendo distribuído ao longo do tempo, minimizando o impacto no mercado de câmbio sul-coreano. A moeda do país, o won, vinha sofrendo desvalorização, o que gerava preocupação.

Um gestor sul-coreano será nomeado para supervisionar os projetos, e os lucros serão divididos igualmente entre as duas nações até a quitação do principal e dos juros. O acordo também prevê uma cláusula que permite à Coreia do Sul solicitar ajustes no cronograma e valor do investimento anual em caso de instabilidade financeira.

Impacto e Comparação com o Japão

Andrew Yeo, membro sênior do Centro de Estudos de Política do Leste Asiático da Brookings Institution, avaliou o acordo como um “grande alívio” para o governo sul-coreano e uma vitória diplomática para o presidente Lee Jae-myung.

A Coreia do Sul obteve concessões mais favoráveis em comparação com o Japão, que se comprometeu a investir US$ 550 bilhões nos EUA. No acordo com o Japão, Washington tem maior poder de decisão sobre a alocação dos fundos e uma maior parcela dos lucros após a recuperação do investimento inicial.

Próximos Passos e Indústria Naval

A implementação do acordo comercial pela Coreia do Sul depende da aprovação de um projeto de lei na Assembleia Nacional. A nova tarifa de 15% entraria em vigor no mês seguinte à submissão do projeto. O governo Lee pretende apresentar a proposta ainda no mês seguinte, contando com a maioria governista na Assembleia.

A Coreia do Sul, com sua forte indústria naval, assume um papel central na iniciativa americana de alavancar o investimento estrangeiro para reerguer sua indústria. O país asiático abraçou essa participação, com empresas sul-coreanas liderando a decisão de como investir os US$ 150 bilhões na indústria naval dos EUA, em um movimento que reflete o slogan “Make American Shipbuilding Great Again”.

Fonte: Estadão

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