Copom Duro: Mercado Brasileiro Prevê “Ressaca” Após Decisão do BC

Mercado brasileiro antecipa “ressaca” após tom duro do Copom. Analistas apontam manutenção prolongada da Selic e impacto na Bolsa e juros.
tom mais duro do Copom — foto ilustrativa tom mais duro do Copom — foto ilustrativa

O Mercado brasileiro se prepara para uma sessão de cautela, apelidada de “ressaca”, após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central adotar um tom mais rígido em seu comunicado. A expectativa é de um impacto negativo na Bolsa de Valores e na curva de juros, conforme apontam analistas.

Decisão do Copom: Manutenção da Selic e Sinalização Hawkish

O Copom manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, decisão já esperada pelo mercado. No entanto, o comunicado reforçou a necessidade de manter os juros neste patamar por um período prolongado para atingir a meta de inflação, sem oferecer previsões sobre cortes futuros.

Após indicar em setembro que avaliaria a capacidade da manutenção dos juros para controlar a inflação, o Banco Central ajustou seu discurso, demonstrando maior convicção de que essa estratégia será eficaz para alcançar o objetivo de 3%.

Gráfico da taxa Selic em 15% ao ano, com análise de especialistas.
Manutenção da Selic em 15% ao ano.

Impacto no Mercado: Bolsa e Juros em Atenção

O Ibovespa, que havia registrado uma forte alta impulsionado pela expectativa de cortes na Selic, agora deve enfrentar uma correção. Analistas preveem um início de sessão com os juros futuros em alta e a Bolsa sofrendo uma realização de lucros.

Marcelo Bolzan, planejador financeiro da The Hill Capital, avalia que a ausência de sinalização de corte de juros na próxima reunião pode gerar um dia de “ressaca” para os mercados, com tensões elevadas.

Perspectivas para os Cortes de Juros e Cenários

Cristiano Oliveira, diretor de pesquisa macroeconômica do Banco Pine, considera que o comunicado do Copom praticamente descarta a possibilidade de cortes na Selic já em dezembro. Ele caracteriza a gestão atual do Banco Central como a mais dura desde 2016, projetando o início do ciclo de afrouxamento monetário apenas para o primeiro semestre de 2026.

A XP Investimentos, por outro lado, projeta uma taxa Selic de 12,00% para o próximo ano, com cortes de 50 pontos-base a partir de março de 2026. A corretora acredita que os próximos indicadores de inflação e atividade econômica confirmarão a eficácia da política monetária restritiva, permitindo um afrouxamento em 2026.

Contudo, a XP alerta que a política fiscal expansionista e as incertezas globais podem exercer pressão sobre a demanda interna e a inflação em 2026, potencialmente limitando o espaço para cortes maiores.

Análise econômica sobre a taxa Selic e seus impactos no mercado brasileiro.
Análise do impacto da Selic na economia.

Pressão Governamental e Discurso do Ministro Haddad

O Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha com atenção as sinalizações do Copom, pois juros elevados tendem a desacelerar a economia e impactar negativamente as contas públicas, especialmente em um ano pré-eleitoral.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia criticado a taxa Selic como “exageradamente” restritiva, defendendo que o Banco Central oferecesse ao menos uma sinalização de cortes, considerando os dados recentes de inflação e expectativas.

Fonte: InfoMoney

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