Copom mantém Selic em 15%: Destaques de Mercados, Política e Empresas

Banco Central mantém Selic em 15%. Destaques incluem COP30, agenda econômica brasileira, resultados de empresas como Petrobras e falas do Fed. Saiba mais.
Taxa Selic — foto ilustrativa Taxa Selic — foto ilustrativa
Sede do Banco Central em Brasília 22/03/2022. REUTERS/Adriano Machado

Nesta quinta-feira (6), os mercados financeiros reagem à decisão do Banco Central (BC) de manter a taxa Selic em 15% ao ano. Esta é a terceira reunião consecutiva do Comitê de Política Monetária (Copom) sem alterações, mantendo os juros no patamar mais alto desde julho de 2006. O comunicado do Copom apresentou um tom mais hawkish, indicando preocupação com a inflação, o que sugere uma sessão de “ressaca” para a Bolsa de Valores e a curva de juros brasileira.

Enquanto o cenário doméstico se concentra nos juros, a atenção Internacional se volta para a COP30, a Cúpula de Chefes de Estado sobre Mudanças Climáticas em Belém, no Pará. O evento, organizado pela ONU em colaboração com o governo brasileiro, reúne líderes globais para discutir o combate à crise climática e a transição energética. Confirmados estão nomes como Emmanuel Macron, presidente da França, e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. A cúpula, que ocorre entre esta quinta (6) e sexta (7), define o tom das negociações climáticas até 21 de novembro.

O Brasil busca se consolidar como um articulador global em pautas ambientais, com foco na preservação da Amazônia e no estímulo a investimentos verdes.

Líderes mundiais se reúnem na COP30 no Brasil para discutir mudanças climáticas e transição energética.
Líderes mundiais se reúnem na COP30 no Brasil para discutir mudanças climáticas e transição energética.

Agenda Econômica e Corporativa no Brasil

A agenda doméstica desta quinta-feira inclui a divulgação do Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar) de outubro, seguida pela produção e vendas de veículos do mesmo mês, dados da Anfavea. Às 15h, será divulgada a balança comercial de outubro, um indicador crucial para as exportações brasileiras, que têm apresentado um superávit considerável.

Diversas empresas importantes divulgarão seus resultados do terceiro trimestre de 2025 (3T25) ainda hoje. Entre elas estão a Petrobras (PETR4), Suzano (SUZB3), Sanepar (SAPR11), Energisa (ENGI11), Smart Fit (SMFT3), Renner (LREN3), Assaí (ASAI3), Magalu (MGLU3), AstraZeneca e Airbnb. Os investidores aguardam com expectativa esses relatórios para avaliar o desempenho das companhias.

Sede da Petrobras, com expectativa de divulgação de resultados do 3T25.
Sede da Petrobras, com expectativa de divulgação de resultados do 3T25.

Destaques Internacionais e Discursos do Fed

Nos Estados Unidos, a atenção se volta para uma série de discursos de autoridades monetárias. Michael Barr, vice-presidente de supervisão do Federal Reserve (Fed), e John Williams, membro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), falarão às 13h. Mais tarde, às 17h30, será a vez de Christopher Waller, também membro do Fed. Às 18h30, Henry Paulson, secretário do Tesouro americano, participará de um fórum sobre habitação. Corporativamente, o mercado acompanhará os desdobramentos da assembleia de acionistas da Tesla, que discutirá o pacote de remuneração de Elon Musk.

Cúpula do Clima e Agenda Presidencial

A agenda do presidente Lula nesta quinta-feira inclui participação em eventos da Cúpula do Clima, como a Recepção Oficial dos Chefes de Delegação e a Abertura da Sessão Plenária. Haverá também reuniões bilaterais com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e com o presidente da França, Emmanuel Macron. À tarde, o foco será a Primeira Sessão Temática sobre “Clima e Natureza: Florestas e Oceanos”, seguida pela fotografia oficial dos líderes e um coquetel.

Internacional: Relações EUA-Brasil e Comentários Trump

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, informou que se reunirá novamente com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, no Canadá, durante um encontro do G7. As conversas entre Brasil e EUA abordam temas comerciais após a imposição de tarifas americanas sobre produtos brasileiros. Vieira também confirmou a participação de Lula na reunião da Celac com a União Europeia.

Em declaração, Donald Trump mencionou a possibilidade de “ajudar um pouco” o prefeito eleito de Nova York, Zohran Mamdani, mas também o criticou como “comunista puro”, ameaçando restringir repasses federais à cidade.

Economia: Selic e Ibovespa em Destaque

O comunicado do Copom indicou que a Selic deve permanecer em 15% por um “período bastante prolongado”, sinalizando que o nível atual de juros é considerado suficiente para atingir a meta de inflação. As projeções do BC apontam para uma inflação de 3,3% até o segundo trimestre de 2027. Com a taxa atual, o Brasil figura com a segunda maior taxa de juros reais do mundo, atrás apenas da Turquia, com juros reais brasileiros em 9,74% ao ano.

O Ibovespa renovou seu recorde histórico na quarta-feira (5), fechando em alta de 1,72% aos 153.294 pontos, acumulando 11 pregões consecutivos de ganhos. O dólar comercial acompanhou o movimento, caindo 0,70% e cotado a R$ 5,36.

Gráfico mostrando a alta histórica do Ibovespa, superando 153 mil pontos.
Gráfico mostrando a alta histórica do Ibovespa, superando 153 mil pontos.

Política: Isenção de IR e Questões Judiciais

O Senado aprovou a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, medida que deve beneficiar cerca de 25 milhões de contribuintes e que compensa parte da perda de arrecadação com um imposto mínimo de 10% sobre altas rendas. O impacto fiscal estimado é de R$ 4,5 bilhões em 2026.

A Secretaria de Administração Penitenciária de Brasília solicitou ao ministro Alexandre de Moraes (STF) uma avaliação médica para Jair Bolsonaro antes de uma eventual prisão, considerando seu histórico de saúde. O caso ocorre às vésperas do julgamento de recursos relacionados à trama golpista.

O Ministério Público Federal abriu apuração preliminar contra o presidente da Câmara, Arthur Lira, por suspeita de “rachadinha” e enriquecimento ilícito.

Corporativo: Axia Energia

A Axia Energia (ex-Eletrobras) reportou lucro líquido ajustado de R$ 2,2 bilhões no terceiro trimestre, uma queda de 68% em relação ao ano anterior. O principal fator para essa redução foi o reconhecimento da remensuração regulatória de contratos de transmissão de energia. O Ebitda da empresa, por outro lado, cresceu 16% em relação ao 2T25, alcançando R$ 6,382 bilhões.

Fonte: InfoMoney

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