COP-30 em Belém: Sucessos Locais e Desafios Globais Climáticos

A COP-30, que ocorrerá em Belém, já demonstra vitórias concretas antes mesmo do início oficial das negociações. A cidade paraense se beneficia com melhorias em infraestrutura e novos equipamentos, além de ganhar projeção nacional e Internacional.

A sociedade civil organizada também sai fortalecida, com a formação de novos grupos e conexões que criam uma base sólida para futuras ações. A definição da data para o evento funciona como um catalisador, impulsionando investimentos e publicações que estavam em desenvolvimento. O público brasileiro demonstra maior engajamento e conhecimento sobre as questões climáticas, os desafios e as possíveis soluções.

Desafios Globais e Momento de Incerteza Climática

Apesar dos avanços locais, o cenário global apresenta obstáculos significativos para a COP-30. Praticamente esgotamos o Orçamento de carbono disponível, necessitando de uma redução imediata das emissões para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C. Nos Estados Unidos, a eleição de um líder negacionista climático e a saída do Acordo de Paris geram preocupação. Na União Europeia, embora a maioria reconheça a urgência climática, o foco tem se voltado para o crescimento econômico e a segurança de fronteiras.

Dinâmica das Negociações Climáticas e Papel da China

As negociações anuais da ONU sobre o clima possuem uma dinâmica diferente de acordos comerciais ou cessar-fogo, sendo um processo mais gradual e com conquistas a longo prazo. Existe a expectativa de que a China, diante da cautela de outras nações, possa assumir uma posição de Liderança em questões climáticas, dada a sua crescente preocupação com o tema e a busca por um futuro mais sustentável. No entanto, a prática demonstra uma abordagem cautelosa por parte do governo chinês.

Iniciativas Privadas e Bens Públicos

Diante da reticência governamental, espera-se que as iniciativas lideradas pela iniciativa privada ganhem destaque na COP-30. Embora alguns anúncios possam carecer de lastro real, atenção especial será dada a projetos comercialmente viáveis que visem aprimorar a ação governamental ou o ambiente de negócios. Esses chamados bens públicos, embora menos tangíveis, são cumulativos e possuem potencial para gerar um impacto significativo no longo prazo.

Fonte: Estadão