Conselho de Ética abre processo contra deputados por motim na Câmara

Conselho de Ética da Câmara instaura processos de suspensão contra deputados que participaram de motim após prisão de Bolsonaro. Veja os detalhes.
suspensão de mandato de deputados — foto ilustrativa suspensão de mandato de deputados — foto ilustrativa

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou, nesta terça-feira (7), processos que visam a suspensão dos mandatos de três parlamentares. A medida atinge os deputados Marcos Pollon (PL-MS), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC), envolvidos em um motim que bloqueou a Mesa Diretora da Casa. A ação ocorreu após a determinação da Prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os parlamentares são acusados de infringir o Código de Ética e Decoro Parlamentar, configurando quebra de decoro.

Pena de suspensão e processos em andamento

As representações que solicitam a suspensão dos mandatos por 30 dias contra os três deputados foram apensadas. Há também uma representação específica contra Marcos Pollon, que pede a suspensão por 90 dias, e esta segue tramitando separadamente. O presidente do colegiado, deputado Fábio Schiochet (União-PR), realizou o sorteio de uma lista tríplice para a escolha dos relatores dos processos. Os nomes sorteados para os casos apensados são Castro Neto (PSD-PI), Albuquerque (Republicanos-RR) e Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR). A definição final do relator deve ocorrer até o final desta semana.

Marcos Pollon: duas representações com pena mais dura

Marcos Pollon é alvo de duas representações que preveem punições mais severas. Além de ter ocupado a cadeira da presidência, impedindo a sessão, ele é acusado de proferir declarações difamatórias contra o presidente da Câmara, Arthur Lira. A lista tríplice para o processo que corre de forma isolada é composta pelos deputados Castro Neto (PSD-PI), Moses Rodrigues (União-CE) e Ricardo Maia (MDB-BA).

Contexto do protesto e outras punições

Em agosto, deputados alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro ocuparam o plenário da Câmara em protesto contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de decretar a prisão domiciliar de Bolsonaro. Na ocasião, os parlamentares exigiam a votação de urgência para o projeto de anistia aos envolvidos na trama golpista e reivindicavam mudanças nas regras de foro privilegiado.

As representações, que sugerem as punições, foram encaminhadas pela Corregedoria da Câmara, com parecer do corregedor, deputado Diego Coronel (PSD-BA). O presidente Arthur Lira encaminhou os processos inicialmente à corregedoria, que posteriormente os destinou ao conselho de ética. Outros 11 deputados que participaram do ato, mas não obstruíram a Mesa Diretora, devem receber ‘censura escrita’, uma advertência formal.

A decisão do Conselho de Ética reflete as tensões políticas em Brasília e a busca por responsabilização de atos que desrespeitam o decoro parlamentar. A política brasileira acompanha de perto os desdobramentos, que podem influenciar o equilíbrio de poderes na política Nacional.

Fonte: Valor Econômico

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