O Governo brasileiro avalia que os recentes colapsos no mercado de crédito corporativo do país são eventos isolados, sem representar um risco sistêmico, segundo fontes com conhecimento do assunto. A equipe econômica acompanha de perto uma série de reveses que levaram à queda dos bonds corporativos brasileiros nas últimas semanas.
Monitoramento de Reveses e Desafios para Empresas
Apesar dos desafios impostos pelas altas taxas de juros para a renegociação de dívidas empresariais, os problemas atuais estão mais relacionados a dificuldades específicas de cada companhia. Investidores têm reduzido sua exposição a emissores de maior risco na maior economia da América Latina após incidentes notórios.
Empresas como a Ambipar, do setor de gestão de resíduos, e a petroquímica Braskem enfrentaram quedas significativas. A Ambipar entrou com pedido de recuperação judicial recentemente, após tentar acalmar investidores sobre questões de governança. A Braskem, por sua vez, viu seus bonds entrarem em estresse após iniciar uma revisão de capital.
Posicionamento do Governo e Análises de Mercado
Autoridades governamentais têm dialogado com as empresas para entender seus planos de recuperação. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem demonstrado atenção especial à Braskem, que tem a Petrobras como acionista relevante. Embora o movimento de venda tenha se estendido a outros créditos, com crédito corporativo brasileiro acumulando perdas de cerca de 5% no último mês, parte do Mercado compartilha da visão governamental.
Análises de instituições financeiras, como o J.P. Morgan, também indicam que a fraqueza na dívida corporativa brasileira reflete “eventos idiossincráticos”, em vez de uma “deterioração sistêmica”. Analistas apontam que muitas empresas foram “punidas injustamente” e agora apresentam oportunidades de investimento atrativas.
Perspectivas e Cautela no Setor
Especialistas em dívida corporativa de mercados emergentes afirmam que casos como os da Ambipar e Braskem são idiossincráticos, sem risco de contágio amplo para o mercado de crédito corporativo brasileiro. Contudo, a recomendação é de monitoramento contínuo e cautela.
Fonte: Valor Econômico