Trump pressiona Coca-Cola por açúcar de cana nacional, mas oferta limita lançamento

Trump pressiona Coca-Cola a usar açúcar de cana nacional, mas empresa enfrenta limitações de oferta e produção para lançar o produto em larga escala.
Coca-Cola açúcar de cana — foto ilustrativa Coca-Cola açúcar de cana — foto ilustrativa

O presidente Donald Trump tem exercido pressão sobre a Coca-Cola para que a empresa utilize açúcar de cana produzido nos Estados Unidos em uma de suas versões de refrigerante. No entanto, a fabricante de bebidas enfrenta obstáculos significativos relacionados à oferta limitada de açúcar de cana e à capacidade de produção para viabilizar o lançamento em larga escala do novo produto.

Em Entrevista recente à Bloomberg News, o diretor financeiro da Coca-Cola, John Murphy, revelou que a empresa está iniciando o lançamento de uma Coca-Cola adoçada com açúcar de cana americano. Contudo, o progresso é restrito pela disponibilidade doméstica do ingrediente e pela capacidade de expandir a produção, especialmente em embalagens de vidro.

Murphy detalhou que “será um lançamento gradual”, pois “há uma quantidade limitada de açúcar de cana disponível nos Estados Unidos”. Esses comentários evidenciam as complexidades que as empresas americanas enfrentam ao tentar alinhar suas operações com as diretrizes de Trump. Além de gerenciar tarifas e políticas comerciais instáveis, as companhias do setor alimentício também sentem a pressão por adotar ingredientes considerados mais naturais.

Coca-Cola garrafa de vidro com símbolo de açúcar de cana
Coca-Cola busca usar açúcar de cana nacional, mas enfrenta desafios de oferta.

Anteriormente, Trump havia anunciado em sua plataforma Truth Social que a Coca-Cola planejava lançar um novo produto com açúcar de cana americano. A empresa posteriormente confirmou essa intenção, indicando que a nova bebida seria lançada ainda em 2025.

Tradicionalmente, a Coca-Cola nos EUA utiliza xarope de milho de alta frutose para adoçar seu produto principal devido ao menor custo em comparação com o açúcar de cana. No entanto, uma versão mais cara, adoçada com açúcar de cana importado do México, tem ganhado popularidade entre os consumidores.

Desafios de Fornecimento e Produção

De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a produção doméstica de açúcar de cana responde por aproximadamente 30% da oferta total do país. O restante provém da beterraba sacarina e de importações, principalmente do México.

Murphy também destacou que a capacidade de produção em garrafas de vidro é um gargalo para a expansão do novo refrigerante. “Se você observar o sucesso da Coca mexicana nos Estados Unidos, verá que se trata de uma combinação entre o produto e a embalagem, e queremos muito oferecer essa mesma combinação usando açúcar de cana americano”, explicou.

A produção em garrafas de vidro requer um processo distinto daquele usado para latas, e a ampliação dessa linha é essencial para uma distribuição mais ampla. Por enquanto, a estratégia da Coca-Cola envolve um lançamento em fases, iniciando em mercados e lojas selecionadas, com uma expansão mais abrangente planejada para 2026.

Fonte: Folha de S.Paulo

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