O Citigroup e a Coinbase anunciaram uma Parceria estratégica focada em expandir o uso de pagamentos com ativos digitais para clientes corporativos. Esta colaboração representa um passo significativo de grandes players de Wall Street na adoção de tecnologias blockchain, apesar das advertências de reguladores sobre os riscos inerentes a essa classe de ativos.
Inicialmente, a cooperação visa facilitar as Transferências de e para criptomoedas e moedas fiduciárias, especialmente para clientes institucionais do Citi, incluindo operações internacionais.
A movimentação de fundos entre contas e aplicativos de criptomoedas tem sido um desafio histórico, tanto para usuários comuns quanto institucionais. Enquanto as criptomoedas operam ininterruptamente, as Transferências via sistemas tradicionais, como ACH ou ordens bancárias, podem levar horas, dias ou até semanas para serem processadas.
Os clientes do Citi buscam por recursos como “programabilidade, pagamentos condicionais e outros aspectos relacionados a custo, velocidade e eficiência”, além da capacidade de realizar pagamentos instantâneos e contínuos, segundo Debopama Sen, chefe global de pagamentos da divisão de Serviços do Citi.
Stablecoins: O Futuro dos Pagamentos Digitais
Sen confirmou que o banco está ativamente “explorando soluções para realmente viabilizar pagamentos com stablecoins on-chain para nossos clientes” nos próximos meses. Ele destacou que as stablecoins são vistas como um “fator de habilitação no ecossistema de pagamentos digitais”, com potencial para expandir o setor e aumentar a funcionalidade para os clientes.
As stablecoins estão emergindo como um dos casos de uso mais promissores de ativos digitais no mundo real. Analistas do próprio Citi projetam que o Mercado dessas moedas estáveis ultrapassará US$ 1 trilhão nos próximos cinco anos, um salto considerável em relação aos atuais US$ 300 bilhões.
Infraestrutura e Inovação Blockchain
A parceria com a Coinbase ocorre após o Citi lançar sua própria plataforma blockchain, que permite aos clientes transferir fundos 24 horas por dia dentro da rede do banco, utilizando depósitos tokenizados.
A Coinbase, por sua vez, já colabora com mais de 250 bancos e instituições financeiras globalmente. Brian Foster, chefe global de crypto-as-a-service da exchange, explicou que a Coinbase investiu anos no desenvolvimento de uma infraestrutura especializada.
Bancos, corretoras e fintechs buscam parcerias que ofereçam uma gama completa de serviços, incluindo negociação, custódia, staking e pagamentos. Foster também ressaltou que o crescimento das stablecoins, a popularidade dos ETFs de criptomoedas e o avanço da tokenização de ativos têm impulsionado o interesse das grandes instituições financeiras no setor cripto.
Esta iniciativa reforça a tendência de instituições financeiras tradicionais explorarem o potencial transformador da tecnologia blockchain e dos ativos digitais.
Fonte: Valor Econômico