Agronegócio Brasileiro: Ciência Impulsiona Supersafra e Resiliência Climática

Descubra como a ciência e a tecnologia, como ILPF e drones, estão impulsionando a supersafra brasileira e garantindo resiliência contra mudanças climáticas.
Ciência no Agronegócio Brasileiro — foto ilustrativa Ciência no Agronegócio Brasileiro — foto ilustrativa

O campo brasileiro está colhendo os frutos da ciência e tecnologia. Na Fazenda Renascer, em Diamantino (MT), o produtor Gilson Antunes de Melo exemplifica o sucesso do sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Este manejo mantém a pastagem verde mesmo após 60 dias de seca, graças à cobertura do solo pela palha do milho, que conserva a umidade. “O resultado é uma implantação muito melhor da lavoura”, afirma Melo, destacando a proteção contra veranicos e chuvas fortes. A segurança obtida com essas práticas se reverte em maior área produtiva e qualidade superior.

Ilustração do agronegócio brasileiro com foco em tecnologia e supersafra.
A ciência transforma a produção agrícola no Brasil.

A modernização do agronegócio brasileiro é crucial para atender à crescente demanda global por alimentos e energia, respondendo diretamente aos desafios climáticos. Na Embrapa Agrossilvopastoril, em Sinop (MT), o pesquisador Cornélio Zolin foca em desenvolver sistemas integrados que ofereçam ao agricultor alternativas mais diversas e rentáveis para enfrentar eventos climáticos extremos, como a falta de chuva. O desafio é aliar rentabilidade, diversificação e sustentabilidade.

Desafios Climáticos no Campo Brasileiro

O pesquisador Silvio Crestana, da Embrapa Instrumentação, alerta que a produção agrícola brasileira enfrentará três tipos de estresse intensificados: hídrico, térmico e biótico. Enquanto os estresses hídrico e biótico (pragas e doenças) possuem soluções tecnológicas em desenvolvimento, o estresse térmico é o mais grave, com poucas soluções eficazes ainda disponíveis.

Crestana prevê que, em dez anos, tecnologias como inteligência artificial, robótica, agricultura de precisão, biotecnologia e nanotecnologia serão rotina no campo. “Já estaremos falando em computação quântica”, antecipa. No entanto, ele ressalta que a tecnologia precisa ser acompanhada de capacitação, Acesso a crédito e conectividade, além de soluções locais adaptadas à diversidade brasileira, reduzindo a dependência de modelos estrangeiros.

Disparidade Tecnológica e Inclusão Produtiva

Um gargalo significativo é a disparidade tecnológica no campo. Cerca de 40% dos 5 milhões de agricultores brasileiros ainda não acessam boas sementes, insumos e práticas agrícolas adequadas, criando dois “Brasis rurais”: um moderno e produtivo, e outro com baixa tecnificação. Sem políticas públicas eficazes, esse distanciamento tende a aumentar. A organização em cooperativas e o fortalecimento da extensão rural são caminhos essenciais para a inclusão produtiva.

Crestana também cobra mais investimento público em pesquisa. Enquanto o Brasil destina cerca de 1% do seu PIB para ciência, tecnologia e inovação, países como Alemanha, China e Coreia do Sul investem significativamente mais. A estagnação dos recursos para pesquisa compromete a capacidade do país de responder aos desafios climáticos e manter a competitividade global.

Natureza como Inspiração para Inovações

A ciência busca na natureza inspiração para novas tecnologias. Na Unesp de Ilha Solteira (SP), um projeto desenvolve drones com asas que imitam o voo de aves brasileiras, combinando autonomia e manobrabilidade para diversas aplicações, desde plantio até monitoramento. Na Unesp de Sorocaba, pesquisadores exploram o RNA de interferência (RNAi) como biopesticida. Essa tecnologia “desliga” genes específicos de pragas, com baixa toxicidade e rápida degradação.

Experimentos com milho transgênico e maracujazeiro demonstram a eficácia do RNAi no combate a pragas e vírus, oferecendo uma aplicação mais cirúrgica e segura do que pesticidas convencionais. “Conseguimos fazer uma aplicação muito mais cirúrgica”, explica Oliveira.

Essas iniciativas, desde a biotecnologia até soluções inspiradas na natureza, redefinem o agro brasileiro. O conhecimento gerado em universidades, centros de pesquisa e propriedades rurais transforma o dia a dia do campo e molda o futuro da produção agrícola no Brasil.

Fonte: Estadão

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