China alivia tarifas de agro, mas soja dos EUA segue cara com 13%

China suspende tarifas sobre agro dos EUA, mas soja enfrenta 13% de imposto. Entenda o impacto na competitividade com o Brasil.
tarifa soja China — foto ilustrativa tarifa soja China — foto ilustrativa
U.S. President Donald Trump and Chinese President Xi Jinping react as they hold a bilateral meeting at Gimhae International Airport, on the sidelines of the Asia-Pacific Economic Cooperation (APEC) summit, in Busan, South Korea, October 30, 2025. REUTERS/Evelyn Hockstein

A China anunciou a Suspensão de tarifas retaliatórias sobre importações agrícolas dos Estados Unidos a partir de 10 de novembro, após o recente encontro entre os líderes dos dois países. No entanto, as importações de soja norte-americana continuarão sujeitas a uma tarifa de 13%.

Contexto da Trégua Comercial

A medida foi confirmada por Pequim nesta quarta-feira, em um movimento que busca amenizar os temores sobre a guerra tarifária que tem impactado as cadeias de suprimentos globais. A decisão surge após a reunião entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente norte-americano, Donald Trump, na Coreia do Sul, que gerou um alívio momentâneo nos mercados.

Investidores acompanharam de perto os desdobramentos, após o lado chinês não ter se pronunciado imediatamente com um resumo detalhado dos acordos. Mesmo assim, analistas como Even Rogers Pay, diretor da Trivium China, veem o gesto como um forte indicativo de progresso e alinhamento entre as nações para a implementação do acordo.

A China havia imposto tarifas de até 15% sobre certos produtos agrícolas dos EUA em resposta às tarifas impostas por Trump. A expectativa é que a remoção dessas taxas facilite o fluxo de outros produtos, mas a soja permanece em um cenário mais complexo.

Desafios para a Soja dos EUA

A persistência da tarifa de 13% sobre a soja dos EUA representa um obstáculo significativo para os exportadores americanos. Operadores de mercado indicam que, mesmo com a suspensão de outras tarifas, os embarques de soja dos EUA ainda se tornam antieconômicos quando comparados às alternativas oferecidas pelo Brasil.

“Não esperamos que a demanda da China retorne ao mercado dos EUA com essa mudança”, afirmou um operador de trading internacional. “O Brasil é mais barato do que os EUA e até mesmo compradores não chineses estão recebendo cargas brasileiras.”

Após a cúpula entre Xi e Trump, a Casa Branca divulgou que a China se comprometeu a comprar pelo menos 12 milhões de toneladas métricas de soja dos EUA nos últimos dois meses de 2025, e no mínimo 25 milhões de toneladas anualmente nos três anos subsequentes. Contudo, Pequim ainda não confirmou oficialmente esses volumes, e o Mercado aguarda sinais concretos de compras em larga escala.

Imagem ilustrativa de negociações diplomáticas entre EUA e Coreia do Norte.
Acordo comercial entre EUA e China em discussão.

Competição com o Brasil e Alternativas

Atualmente, a soja brasileira para embarque em dezembro está sendo negociada com um prêmio de US$ 2,25 a US$ 2,30 por bushel em relação ao contrato de janeiro em Chicago. Em contrapartida, os grãos norte-americanos para embarque na Costa do Golfo dos EUA estão sendo oferecidos a US$ 2,40 por bushel, evidenciando a vantagem competitiva do produto brasileiro.

Recentemente, importadores chineses demonstraram preferência pela soja brasileira, adquirindo 20 cargas devido aos preços mais baixos. Essa movimentação ocorre em meio a expectativas de uma possível retomada nas vendas americanas para o gigante asiático, embora a precificação ainda não favoreça os EUA.

Gráfico mostrando a disputa por mercado de soja entre EUA e Brasil.
Disputa pelo mercado chinês de soja.

Fonte: InfoMoney

Adicionar um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Imagens e vídeos são de seus respectivos autores.
Uso apenas editorial e jornalístico, sem representar opinião do site.

Precisa ajustar crédito ou solicitar remoção? Clique aqui.

Publicidade