China Restringe Terras Raras: Jogo de Poder Contra EUA Ganha Nova Fase

China restringe terras raras e reverte táticas dos EUA em jogo geopolítico. Entenda o impacto na economia global e as possíveis retaliações americanas.
China terras raras EUA — foto ilustrativa China terras raras EUA — foto ilustrativa

Em um movimento estratégico que ecoa as restrições impostas pelos Estados Unidos no setor de chips, a China anunciou novas regras que limitam o Acesso a minerais essenciais para a fabricação de tecnologias avançadas. A medida, que exige licenças para comercialização de produtos, mesmo fora do país, demonstra a crescente capacidade de Pequim em usar sua influência sobre as cadeias de suprimentos globais como arma geopolítica.

China Inverte o Jogo Geopolítico com Restrições de Terras Raras

As novas regulamentações chinesas, que entram em vigor em breve, pegaram governos e empresas estrangeiras de surpresa. Com o domínio sobre a produção de terras raras e o controle de outras indústrias estratégicas, analistas apontam que a China pode superar os Estados Unidos na capacidade de transformar cadeias de suprimentos em instrumentos de poder. Essa ação reacende tensões entre as duas maiores economias do mundo, com o ex-presidente Donald Trump ameaçando novas tarifas sobre importações chinesas caso as restrições não sejam revertidas.

“Os EUA agora precisam encarar o fato de que têm um adversário que pode ameaçar partes substanciais da economia americana”, afirma Henry Farrell, cientista político da Universidade Johns Hopkins. Ele avalia que a China está aprendendo a replicar e, em alguns casos, superar as Táticas americanas no cenário global.

Restrições Chinesas: Um Espelho das Táticas Americanas

A China parece estar respondendo a movimentos anteriores dos EUA. Em 2020, Washington implementou a “regra de produto estrangeiro direto” para atingir a Huawei, proibindo qualquer empresa global de enviar produtos com componentes americanos para a gigante chinesa. Essa medida demonstrou o poder econômico dos EUA, que foi posteriormente expandido pelo governo Biden. Agora, Pequim aplica uma lógica similar, controlando o fluxo de minerais vitais para chips, carros elétricos e sistemas de Defesa.

O governo americano, sob o comando de Donald Trump, expressou surpresa e ameaçou medidas de retaliação. Trump declarou que a China não poderia mais tirar vantagem dos Estados Unidos e considerou a interrupção de importações de óleo de cozinha chinês, além de outras sanções. Scott Bessent, Secretário do Tesouro, e Jamieson Greer, representante comercial dos EUA, classificaram o sistema de Licenciamento chinês como uma “tomada de poder global” e declararam estar preparados para impor tarifas se necessário.

Análise de Impacto e Respostas Futuras

Autoridades chinesas criticam a aplicação extraterritorial de medidas econômicas pelos EUA e defendem suas ações como consistentes. Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, acusou os EUA de usarem “ameaças e intimidação” em vez de diálogo. Especialistas como Jiang Tianjiao, da Universidade Fudan, observam que a China busca demonstrar sua influência antes de possíveis negociações entre Trump e Xi Jinping.

Analistas alertam que os impactos das restrições chinesas podem ser mais amplos do que os controles de tecnologia dos EUA, que focam em chips avançados. A China já demonstrou essa estratégia em 2010, quando cortou exportações de terras raras para o Japão durante uma disputa territorial. O atual sistema de licenciamento, mais abrangente, surge após os EUA expandirem suas restrições comerciais em setembro, afetando subsidiárias de empresas em sua “lista de entidades”.

A China também implementou outras medidas, como controles sobre equipamentos para fabricação de baterias de carros elétricos e investigações antimonopólio contra a Qualcomm. Xiaomeng Lu, do Eurasia Group, destaca o temor global diante da disposição chinesa em perturbar a cadeia de suprimentos. Chris Miller, autor de “Chip War”, sugere que o sistema de licenciamento pode acelerar a busca por cadeias de suprimentos alternativas para terras raras, argumentando que os EUA podem levar anos para recuperar a produção.

Yeling Tan, da Universidade de Oxford, avalia que a China está em uma posição de negociação mais forte, mas alerta que as restrições podem minar sua credibilidade como parceira comercial confiável, representando um “equilíbrio incrivelmente delicado”.

Fonte: Estadão

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