A China respondeu veementemente à ameaça do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 100% sobre produtos chineses. O Ministério do Comércio chinês declarou neste domingo (12) que o país não recuará diante das medidas, defendendo que as diferenças comerciais sejam resolvidas por meio de negociações, e não de ameaças.
“A posição da China é consistente”, afirmou o órgão oficial em comunicado. “Não queremos uma guerra tarifária, mas não temos medo de uma.” Esta foi a primeira manifestação oficial de Pequim após o anúncio de Trump, que visa retaliar as restrições chinesas à exportação de terras raras, essenciais para diversos setores.
Contexto da Ameaça de Trump
A ameaça de Trump de elevar os impostos sobre importações chinesas até 1º de novembro surge em resposta direta às novas restrições impostas por Pequim à exportação de terras raras. Estes minerais são vitais para a fabricação de uma ampla gama de produtos, desde eletrônicos de consumo até equipamentos militares. A troca de acusações e medidas protecionistas entre EUA e China ameaça prejudicar um possível encontro entre Trump e o líder chinês Xi Jinping, além de intensificar a guerra comercial que já viu tarifas elevadas. 
Desde o início de seu mandato, Donald Trump tem aumentado os impostos sobre importações de diversos parceiros comerciais, buscando concessões. A China, no entanto, tem se mostrado resistente, contando com sua expressiva influência econômica global.
Posição da China e Respostas Correspondentes
O Ministério do Comércio chinês criticou a prática de recorrer frequentemente a ameaças tarifárias. “Recorrer frequentemente à ameaça de altas tarifas não é a maneira correta de se relacionar com a China”, declarou o ministério, pedindo que as preocupações fossem tratadas por meio de diálogo. Contudo, o comunicado ressaltou: “Se o lado americano insistir obstinadamente em sua prática, a China certamente tomará medidas correspondentes para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos”.
Além da tarifa de 100%, Trump ameaçou impor controles de exportação sobre “software crítico”, sem detalhar a medida. Ambos os países se acusam mutuamente de violar a trégua comercial estabelecida anteriormente. Trump alegou que a China tem sido “muito hostil” e estaria retendo o mundo ao restringir o Acesso a metais e ímãs de terras raras.
A Importância das Terras Raras e o Domínio Chinês
A China detém aproximadamente 70% da mineração mundial de terras raras e controla cerca de 90% de seu processamento global. O Acesso a esses minerais é um ponto crucial nas negociações comerciais entre Washington e Pequim. Minerais críticos como as terras raras são componentes fundamentais em produtos que vão de motores a jato e sistemas de radar a veículos elétricos e dispositivos eletrônicos de consumo, como smartphones e laptops. As restrições chinesas já impactaram fabricantes em diversas partes do mundo.
O Ministério do Comércio chinês também mencionou que os EUA estão ignorando preocupações chinesas ao avançar com novas taxas portuárias para navios chineses. Em retaliação, a China anunciou a imposição de taxas portuárias aos navios americanos, que entraram em vigor nesta terça-feira.
Fonte: Estadão
