A China anunciou um novo plano quinquenal com foco reforçado em indústria e tecnologia, visando fortalecer sua posição frente aos crescentes desafios geopolíticos com os Estados Unidos. A promessa de construir um sistema industrial moderno e alcançar a autossuficiência tecnológica são pilares centrais desta nova estratégia delineada pelo Partido Comunista.
As metas de expansão da demanda doméstica e melhoria da qualidade de vida das pessoas foram mencionadas, porém com pouca especificação. Tradicionalmente, Pequim prioriza o investimento em manufatura e produção, e analistas sugerem que um maior equilíbrio nas políticas econômicas será um processo gradual.
Prioridades Estratégicas do Novo Plano
O comunicado oficial, divulgado pela agência estatal Xinhua, detalha as diretrizes econômicas e políticas para os próximos cinco anos. A construção de um sistema industrial moderno, com a manufatura avançada como principal pilar, e a aceleração da autossuficiência científica e tecnológica de alto nível foram destacadas antes do desenvolvimento de um Mercado interno forte. Essa ênfase no lado da oferta segue o manual tradicional de direcionar recursos para a produção e o investimento.
Desafios Econômicos e o Papel do Consumo Doméstico
O crescimento econômico da China enfrentou desaceleração no último trimestre, e o investimento registrou seu primeiro declínio fora do período da Covid-19. A fragilidade da demanda interna tornou o país altamente dependente de suas exportações, mesmo diante das tarifas impostas pelos EUA. Isso levanta preocupações sobre a capacidade do Governo em lidar com desequilíbrios estruturais profundos.
Embora Pequim prometa melhorar o bem-estar e a seguridade social, faltam detalhes sobre como esses objetivos serão alcançados e financiados. Investidores e economistas expressam incertezas quanto ao cronograma e ao tamanho dessas políticas, especialmente considerando que o consumo das famílias na China representa cerca de 20 pontos percentuais do PIB abaixo das médias globais.
Domínio Industrial e Disputa Comercial
As vigorosas políticas industriais chinesas já garantiram cadeias de suprimentos robustas em diversos setores. O país detém quase um monopólio na produção de terras raras, essenciais para os setores de Defesa e semicondutores, conferindo-lhe vantagem nas negociações comerciais com os EUA. A China também lidera na fabricação de automóveis, painéis solares e turbinas eólicas, e almeja posições de destaque em Inteligência Artificial, robótica e biotecnologia, setores descritos como “novas forças produtivas”.
Analistas como Tianchen Xu, da Economist Intelligence Unit, apontam que o foco ainda está concentrado no lado da oferta, o que pode levar a um excesso de capacidade e pressões deflacionárias. No entanto, o domínio global em muitos setores confere a Pequim Confiança em sua estratégia de desenvolvimento nacional, mesmo em meio à crescente rivalidade tecnológica e comercial com Washington.
Fonte: InfoMoney