China compra soja dos EUA antes de reunião Trump-Xi; demanda segue incerta

China volta a comprar soja dos EUA antes da reunião Trump-Xi, mas demanda futura segue incerta diante da disputa comercial. Entenda os impactos.
China compra soja dos EUA — foto ilustrativa China compra soja dos EUA — foto ilustrativa

A estatal chinesa Cofco adquiriu três cargas de soja dos Estados Unidos, marcando as primeiras compras do país da safra norte-americana deste ano. A transação ocorre às vésperas de uma cúpula entre os líderes Donald Trump e Xi Jinping, em meio às tensões comerciais entre as duas potências.

A Falta de aquisições chinesas de soja americana tem impactado significativamente os agricultores dos EUA, que foram um dos principais eleitores de Trump. Embora a compra da Cofco, com embarque previsto para dezembro e janeiro, represente um movimento pontual, traders não antecipam uma retomada expressiva na demanda por cargas americanas, dada a recente preferência por fornecedores sul-americanos.

Contexto da Guerra Comercial e Impacto nos Agricultores

A disputa tarifária entre China e Estados Unidos tem gerado bilhões de dólares em perdas para os produtores americanos. A soja, um dos principais produtos agrícolas de exportação dos EUA, foi particularmente afetada, com a China, maior importadora mundial, buscando alternativas em países como Brasil e Argentina.

A operação da Cofco envolve cerca de 180.000 toneladas métricas. Analistas do Mercado de commodities observam que o volume não é considerado expressivo, e a estratégia chinesa pode estar mais ligada à necessidade de diversificar fornecedores em um cenário de incertezas nas relações bilaterais.

Gráfico de desempenho do Ibovespa, com possível relação à movimentação do mercado de commodities.
Mercados financeiros reagem à expectativa de acordos comerciais e decisões de política monetária.

Demanda Chinesa Pós-Safras Sul-Americanas

A China praticamente concluiu suas aquisições de soja do Brasil e Argentina para este ano, com expectativas de compras limitadas para dezembro e janeiro. O Brasil, em particular, é um fornecedor preferencial devido à qualidade da sua safra. Traders apontam que a soja brasileira tem sido negociada com prêmio sobre a americana em semanas recentes, refletindo a preferência chinesa por seu maior teor de proteína.

A soja dos EUA, que chegou a ser negociada com grande desconto em relação aos lotes brasileiros, viu seus preços se fortalecerem. No entanto, as condições atuais de mercado ainda favorecem o Brasil para as próximas janelas de embarque. A expectativa é que a China possa adquirir cerca de 5 milhões de toneladas de cargas nos meses de dezembro e janeiro, mas o foco principal permanece nos fornecedores sul-americanos.

Encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, discutindo as relações comerciais.
A reunião entre os presidentes de EUA e China é crucial para a definição de rumos nas negociações comerciais.

Perspectivas Futuras e a Reunião Trump-Xi

A próxima reunião entre Donald Trump e Xi Jinping, que ocorrerá na Coreia do Sul, é vista como um ponto de inflexão. O mercado aguarda sinais de uma possível trégua ou avanços nas negociações comerciais, o que poderia reconfigurar os fluxos de commodities. Um acordo favorável pode impulsionar a demanda chinesa por produtos agrícolas americanos, embora analistas ponderem que a recuperação total da participação dos EUA no mercado chinês pode levar tempo.

A Cofco, empresa estatal chinesa, demonstrou uma ação pontual ao adquirir as cargas americanas, possivelmente para suprir necessidades imediatas ou como um gesto diplomático antes do encontro. Contudo, a estratégia de longo prazo da China em relação à soja dos EUA dependerá diretamente dos desdobramentos da guerra comercial.

Fonte: InfoMoney

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