Carne brasileira é crucial para hambúrgueres dos EUA, afirma ministro

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que os Estados Unidos dependem significativamente da carne brasileira para a produção de seus hambúrgueres. Segundo ele, a imposição de uma tarifa de 50% pelo Governo de Donald Trump pode, paradoxalmente, elevar o preço da carne no mercado americano.

Fávaro explicou que a carne brasileira é predominantemente utilizada para processamento em produtos como hambúrgueres e almôndegas. Ele alertou que, se os EUA precisarem realocar sua produção de carne para atender a essa demanda, a oferta para o consumo direto nas mesas americanas pode ser comprometida.

Apesar das tarifas, o Brasil continua a exportar volumes expressivos de carne para os Estados Unidos. O ministro ressaltou a competitividade e a qualidade do produto brasileiro como fatores que mantêm a relevância das exportações, tanto em termos de preço quanto de qualidade.

O ministro da Agricultura celebrou a reabertura do mercado chinês para o frango brasileiro como um sinal de confiança na sanidade e na qualidade dos produtos nacionais, ampliando as oportunidades no comércio Internacional.

Fávaro também criticou a taxa de juros elevada, afirmando que é impossível promover o desenvolvimento econômico com juros a 15%. Ele defendeu a redução das taxas para viabilizar o crédito rural e impulsionar programas ambientais como motores de crescimento.

Impacto limitado das tarifas americanas

Carlos Fávaro minimizou o impacto das tarifas americanas sobre a pecuária brasileira, atribuindo essa resiliência à estratégia do governo em diversificar acordos comerciais e conquistar novos mercados globais. Ele assegurou que a pecuária nacional sentiu pouco os efeitos das tarifas de 50% impostas pelos EUA.

Crescimento nas exportações e foco na China

Em outubro, a exportação de carne bovina in natura do Brasil alcançou 320,6 mil toneladas, um aumento de 18,6% em comparação com o ano anterior, superando o Recorde de setembro. Em paralelo às tarifas americanas, a China tem se destacado como compradora, com um aumento de quase 40% nas importações brasileiras em setembro, conforme dados da Secex.

Reequilíbrio comercial entre Brasil e EUA

Para o ministro, a manutenção do fluxo comercial entre Brasil e Estados Unidos é vital tanto para os consumidores americanos quanto para os produtores brasileiros. Ele expressou confiança de que a renegociação das tarifas será benéfica para ambas as nações, combatendo a inflação da carne nos EUA. Essas declarações surgem em um contexto de negociações após o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, sinalizando o interesse em reverter as barreiras comerciais e restabelecer o equilíbrio no comércio bilateral.

Fonte: InfoMoney