Captação empresarial no mercado de capitais cai 3,5% em 9 meses

Captação empresarial no mercado de capitais cai 3,5% entre janeiro e setembro, totalizando R$ 528,5 bilhões. Renda fixa lidera, enquanto FIDCs e notas comerciais crescem.
captação de empresas no mercado de capitais — foto ilustrativa captação de empresas no mercado de capitais — foto ilustrativa

A captação de empresas no Mercado de capitais registrou uma queda de 3,5% entre janeiro e setembro deste ano, totalizando R$ 528,5 bilhões. Esse volume foi impulsionado principalmente pela renda fixa, que respondeu por 92,20% das emissões no período. Os dados foram divulgados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Gráfico de emissões no mercado de capitais
Mercado de capitais: queda de 3,5% na captação de empresas.

Setembro se destacou como o segundo melhor mês do ano para o mercado, com R$ 74,9 bilhões em emissões, atrás apenas de junho (R$ 82,6 bilhões). No acumulado do ano, as emissões de renda fixa apresentaram estabilidade, com uma leve alta de 0,3%. Em contrapartida, a renda variável sofreu uma forte queda de 80,73%, enquanto os instrumentos híbridos recuaram 7,9%.

“No início do ano, tínhamos como bastante desafiadora a manutenção dos volumes de 2024 nas ofertas de renda fixa, então é muito positivo termos um janeiro a setembro num patamar ainda mais elevado, mostra maturidade em termos de volume e uma mudança de patamar que parece estrutural, que veio para ficar”, analisa César Mindof, diretor da Anbima.

Debêntures Incentivadas Crescem em Captação

As debêntures continuam sendo o principal instrumento de captação, somando R$ 317,59 bilhões no ano até setembro, com uma leve alta de 0,63%. Uma novidade relevante é a participação Recorde das debêntures incentivadas, que agora correspondem a 36% do volume total emitido via debêntures. Em janeiro a setembro de 2023, esse percentual era de apenas 13%.

O setor de energia elétrica liderou as emissões de debêntures no período, com R$ 78 bilhões, seguido por transporte e logística (R$ 55,8 bilhões), setor financeiro (R$ 40,7 bilhões) e saneamento (R$ 27,4 bilhões).

Outro ponto de destaque é o crescimento de 22,7% no volume negociado no mercado secundário de debêntures. Nos primeiros nove meses de 2023, o volume do secundário representava 53% das emissões do mercado primário. Atualmente, as negociações no secundário já equivalem a 205% do volume do primário. “A força do secundário mostra que estamos no caminho certo e que o mercado vai continuar crescendo e se desenvolvendo”, pontua Mindof.

FIDCs e Notas Comerciais: Porta de Entrada para Empresas Menores

Além das debêntures, os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) e as Notas Comerciais apresentaram resultados expressivos em 2025. Os FIDCs captaram R$ 61,14 bilhões de janeiro a setembro, representando um aumento de 16,8% em relação ao ano passado e de 148% comparado ao mesmo período de 2023.

O volume de emissões de Notas Comerciais, por sua vez, cresceu 13,50% desde o ano passado, totalizando R$ 39,26 bilhões.

Para Mindof, o avanço desses instrumentos “é uma sinalização positiva em relação à democratização do mercado de capitais, já que são ativos tipicamente usados por empresas menores para acessar o mercado pela primeira vez”. Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, reforça que “os FIDCs têm o menor volume médio por operação justamente por servirem como porta de entrada ao mercado de capitais”.

Mercado de Capitais Externo: Acesso Cresce 65,9%

As emissões de empresas brasileiras no exterior apresentaram um crescimento notável de 65,9% entre janeiro e dezembro, em comparação com o ano anterior, alcançando R$ 29,2 bilhões. Este volume já é o maior registrado desde 2024 e supera em 45% o valor total do ano de 2023.

“Tivemos cenários macroeconômicos aqui e lá fora, na medida em que a preocupação com juros e inflação arrefeceu, os emissores mantiveram o Acesso ao mercado internacional”, explica Maranhão. A estabilização das taxas de juros e da inflação globalmente contribuiu para que as empresas brasileiras buscassem mais ativamente o mercado internacional para suas captações.

Fonte: InfoMoney

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