Câmara avança em PL para reforçar autenticação telefônica contra cibercrimes

Câmara dos Deputados avança em PL que exige autenticação telefônica e validação biométrica para chips, combatendo crimes cibernéticos e fraudes no Brasil.
autenticação telefônica — foto ilustrativa autenticação telefônica — foto ilustrativa

A Câmara dos Deputados deu um passo significativo no combate aos crimes cibernéticos e fraudes digitais com o avanço do Projeto de Lei nº 352/2025. A proposta, que reforça a autenticação telefônica e a validação de identidade de usuários de telefonia móvel, recebeu parecer favorável nas comissões de Comunicação e de Constituição e Justiça. Relatada pela Deputada Luisa Canziani (PSD-PR), a matéria visa conter golpes virtuais, clonagem de chips e fraudes financeiras, além de restringir o uso irregular de celulares em presídios.

Câmara dos Deputados debate projeto para aumentar segurança em chamadas telefônicas.
Câmara dos Deputados avança em projeto para combater crimes cibernéticos.

Autenticação Telefônica Obrigatória para Combater Golpes

Pelo texto, as operadoras de telefonia móvel serão obrigadas a garantir que o número do chamador seja autenticado e validado tecnicamente. Isso permitirá que o consumidor identifique se a ligação é legítima, combatendo o uso de números falsos (spoofing), uma tática comum de criminosos digitais. A medida é crucial para aumentar a segurança das comunicações.

O projeto também determina que a ativação e reativação de chips, incluindo os pré-pagos, só poderão ocorrer após verificação biométrica, reconhecimento facial ou outros métodos de segurança robustos. Esses procedimentos deverão ser cruzados com bases de dados oficiais, como CPF, Justiça Eleitoral e a plataforma Gov.br, impedindo a habilitação de linhas apenas com dados declarados, que hoje facilitam fraudes.

Impacto na Prevenção de Fraudes e Uso em Presídios

A relatora, deputada Luisa Canziani, destacou que a proposta cria um marco regulatório moderno, essencial para restaurar a Confiança dos consumidores e reduzir os meios tecnológicos usados por criminosos, inclusive dentro do sistema penitenciário. A facilidade de ativação de chips sem autenticação segura é vista como uma das principais portas de entrada para o crime cibernético.

O 1º Workshop sobre Crimes Cibernéticos, realizado recentemente em São Paulo, reforçou a importância dessa tecnologia. Especialistas como Dr. José Gomes Fernandes, Diretor de Segurança Corporativa do Bradesco, apresentaram dados sobre o aumento de fraudes bancárias originadas de linhas telefônicas irregulares, ressaltando a autenticação biométrica como prevenção sistêmica. Dr. Artur Dian, Delegado-Geral da Polícia Civil de São Paulo, enfatizou que a validação digital é fundamental para romper o ciclo dos crimes, muitos dos quais se valem de números falsos para lavagem de dinheiro, estelionato e extorsão.

“O avanço tecnológico precisa caminhar lado a lado com a segurança. A validação biométrica e a rastreabilidade das linhas são instrumentos que inibem a ação de grupos criminosos e fortalecem a capacidade do Estado de investigar e responsabilizar”, afirmou o Delegado-Geral. Essa iniciativa visa dificultar a comunicação clandestina a partir de presídios, onde muitos golpes são planejados.

Próximos Passos e Alterações na Legislação

A proposta altera a Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº 9.472/1997), adicionando os artigos 7º-A e 7º-B. Estes novos artigos obrigam as operadoras a validar a identidade dos usuários em qualquer ativação ou reativação de serviço. O descumprimento poderá resultar em multas, Suspensão da comercialização de novas linhas e responsabilidade civil.

A Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) ficará encarregada de regulamentar os parâmetros técnicos e fiscalizar o cumprimento da norma, com um prazo de 360 dias para implementação pelas operadoras. O projeto, após aprovação no Plenário da Câmara, seguirá para o Senado Federal.

Com este avanço, o Congresso Nacional reafirma seu compromisso com a segurança digital, o combate à criminalidade organizada e a proteção de dados, alinhando o Brasil às boas práticas internacionais de cibersegurança e controle penitenciário.

Fonte: Estadão

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