Câmara Acelera Votação de Projeto que Restringe Aborto Legal para Vítimas de Estupro

Câmara aprova urgência para projeto que restringe aborto legal para vítimas de estupro. Decisão suspende resolução do Conanda e gera debate sobre direitos reprodutivos.
aborto legal para crianças vítimas de estupro — foto ilustrativa aborto legal para crianças vítimas de estupro — foto ilustrativa

A Câmara dos Deputados aprovou, em caráter de urgência, um projeto que visa dificultar o Acesso ao aborto legal para crianças e adolescentes vítimas de estupro. A decisão, tomada por 313 votos a 119, suspende os efeitos de uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), publicada em dezembro de 2024, que detalhava procedimentos para garantir o direito ao aborto legal em casos de violência sexual, risco de vida para a gestante ou feto anencéfalo.

Regulamentação do Conanda e Impacto

A resolução do Conanda, que entrou em vigor em janeiro de 2025, estabelecia os procedimentos para identificação da gravidez em menores e reforçava o direito ao aborto nas situações já previstas em lei. O texto destacava que a gestação em Crianças e adolescentes representa um risco significativo à saúde física, psicológica e mental, podendo levar a impactos sociais, adoecimento, incapacidade e até mortes. A interrupção legal da gestação, segundo a resolução, é crucial para a prevenção de morbidade e mortalidade.

Deputados em votação na Câmara dos Deputados
Câmara dos Deputados aprovou urgência para projeto que dificulta aborto legal.

Oposição e Argumentos Contra

A solicitação de urgência para o projeto foi apoiada por 60 deputados de partidos como PL, Republicanos, MDB, PSD, PP, Novo e União Brasil. Parlamentares da oposição argumentam que a resolução do Conanda permite o aborto sem o consentimento dos pais e questionam a autonomia decisória completa para a criança ou adolescente. A deputada Chris Tonietto (PL-RJ) afirmou que a norma prevê uma submissão quase compulsória ao procedimento, o que pode implicar riscos graves à vida da gestante que, por sua condição, não seria capaz de autodeterminar-se.

Contexto Político e Jurídico

O projeto em questão foi relatado pelo deputado Luiz Gastão (PSD-CE), coordenador da Frente Parlamentar Católica. Sua tramitação em regime de urgência foi aprovada com amplo apoio de partidos de centro e direita, enquanto a base governista se manifestou contrariamente. A resolução do Conanda, que visava proteger os direitos de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, agora enfrenta um obstáculo legislativo que pode restringir o Acesso a um direito já amparado pela legislação brasileira.

A discussão reacende o debate sobre direitos reprodutivos e a autonomia de menores em situações de vulnerabilidade extrema. A aprovação da urgência sinaliza uma aceleração no trâmite deste projeto na Câmara, levantando preocupações entre defensores dos direitos humanos e de entidades como o Conanda sobre o futuro do Acesso ao aborto legal para essa faixa etária.

Fonte: G1

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