Câmara adia votação de projeto que equipara facções a terroristas

Votação de projeto que equipara facções a terroristas é adiada na Câmara. Governo pressiona contra texto e busca emplacar sua própria proposta. Entenda.
facções terroristas Câmara — foto ilustrativa facções terroristas Câmara — foto ilustrativa

A votação de um projeto de lei na Câmara dos Deputados que visa equiparar facções criminosas a grupos terroristas foi adiada. A decisão foi tomada pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Paulo Azi (União-BA), que remarcou a sessão para a próxima quarta-feira. O adiamento ocorre em meio a pressões do governo federal, que se opõe ao texto e busca emplacar sua própria proposta, o projeto de lei “antifacção”, enviado à Casa na semana passada.

Projeto de Lei Antiterrorista em Debate

O projeto em questão, de autoria do deputado Danilo Forte (União-CE) e relatado por Nikolas Ferreira (PL-MG), é uma das demandas de setores do bolsonarismo no Congresso. Sua relevância aumentou após uma operação policial no Rio de Janeiro que resultou na morte de mais de 120 pessoas. O texto propõe ampliar os critérios legais de terrorismo para abranger traficantes que integram facções. Nikolas Ferreira explicou que atuará como relator apenas na CCJ; caso o projeto avance para o plenário, a relatoria passaria para Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo e deputado licenciado.

Pressão do Governo e Alternativa Proposta

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), atuou ativamente durante a segunda-feira, buscando persuadir parlamentares a adiarem a sessão. A oposição ao projeto se manifesta também pelo receio de que ele possa ser utilizado contra movimentos sociais. Em contrapartida, o Governo defende seu próprio projeto, que enquadraria integrantes de facções como CV e PCC no crime de “organização criminosa qualificada”, com penas de até 15 anos, podendo chegar a 30 em casos de homicídio. O líder do PSB, deputado Pedro Campos (PE), destacou que a proposta do governo é “mais precisa” e inclui mecanismos para combater a atuação desses grupos no mercado formal e através de infiltrações no poder público.

Motivos do Adiamento

Paulo Azi justificou o adiamento alegando que a sessão da CCJ coincidia com uma sessão do plenário da Câmara. Inicialmente, as votações do plenário estavam previstas para a manhã, mas o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), antecipou o início para o início da tarde, impactando o cronograma das comissões.

Deputados em sessão na Câmara dos Deputados debatendo projeto de lei.
Sessão na Câmara dos Deputados onde projetos de lei são debatidos.
Plenário da Câmara dos Deputados com parlamentares em debate.
O plenário da Câmara dos Deputados é o palco principal das votações legislativas.

Fonte: InfoMoney

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