Elena Landau: Busca por notícias positivas é frustrante

Elena Landau relata frustração ao buscar notícias positivas, encontrando retrocessos em meio a poucas melhorias pontuais.
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A busca por notícias positivas, mesmo quando motivada pela necessidade de encontrar um fio de otimismo, tem se tornado uma tarefa desafiadora. A economista Elena Landau expressa essa frustração, admitindo que nem ela mesma consegue mais ser otimista diante do cenário noticioso.

Citando a filosofia de Guimarães Rosa, que sugere que “Felicidade se acha é em horinhas de descuido”, Landau relata a dificuldade em encontrar tais momentos de alívio na conjuntura atual. A leitura de jornais, em busca de brechas de esperança, tem sido infrutífera.

Operações Policiais e Cenário Político Instável

Ainda que haja uma busca por notícias positivas, a operação policial no Rio de Janeiro continua em destaque, apresentando um quadro desolador sem perspectivas de melhora. A tensão entre governadores e a União, segundo a economista, é um reflexo da prioridade dada à campanha eleitoral, em detrimento de soluções reais. A normalização do porte de fuzis e o descaso com políticas públicas que poderiam coibir o avanço do crime são pontos criticados, com Landau apontando a cumplicidade generalizada e a negligência com as populações vulneráveis.

A ausência de figuras como Preto Zezé, presidente da CUFA, em reuniões que buscam soluções, é vista como um mero “teatro”, evidenciando a desconexão entre os decisores e a realidade vivida pelas comunidades.

Sinais de Progresso em Meio a Adversidades

Em meio ao cenário sombrio, alguns avanços pontuais trazem um sopro de esperança. A queda no desmatamento da Amazônia, noticiada na mesma semana em que vendavais devastaram cidades no Paraná, oferece um vislumbre positivo, especialmente com vistas à COP-30. Outro ponto auspicioso é o aumento da cobertura de saneamento básico, impulsionado pelo avanço da privatização em diversas regiões. A expansão da rede de esgoto e o consequente combate ao desperdício de água são vistos como legados importantes para as futuras gerações.

Decepções no Setor Elétrico e Direitos Sociais

Uma medida provisória (MP) que visava reorganizar o setor elétrico, inicialmente animadora, revelou-se uma decepção. Parlamentares mantiveram incentivos controversos, como para o uso de carvão, além de privilégios na geração distribuída. A possibilidade do retorno do “Brasduto” e a influência de lobistas nas contas de luz são Críticas severas à condução da política energética.

Outro projeto de lei, que propunha a ampliação da licença-paternidade para reduzir a discriminação contra mulheres no Mercado de trabalho, também sofreu reveses. O período inicial de 60 dias foi reduzido para 20 dias, com justificativas fiscais e “resistências culturais”, em vez de uma decisão focada nas contas públicas, o que seria uma notícia verdadeiramente revolucionária.

Regressão em Direitos e Desistência do Otimismo

Para agravar o quadro, a Câmara dos Deputados aprovou medidas que dificultam o aborto legal para vítimas de estupro. Esse retrocesso em direitos básicos serviu como o golpe final na tentativa de encontrar um lado positivo na semana.

Diante desses acontecimentos, Elena Landau declara sua desistência em “catar notícias positivas”, simbolizando a dificuldade em manter o otimismo em um ambiente político e social desafiador.

Fonte: Estadão

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