O BTG Pactual comunicou nesta segunda-feira (13) que realizará a incorporação do Banco Pan, o que resultará na exclusão da instituição da bolsa de valores. A operação prevê que os acionistas minoritários do Pan receberão ações do BTG Pactual na proporção de 0,2128 unit do BTG para cada ação preferencial (PN) detida. Segundo o banco, esta relação de troca representa um prêmio de 30% sobre o preço de Mercado das ações do Pan.
A expectativa do grupo é convocar a assembleia geral extraordinária (AGE) em aproximadamente quatro semanas, com a conclusão da operação prevista para ainda este ano. O BTG Pactual justificou a decisão pela existência de sinergias operacionais e estratégicas entre as duas instituições, visando consolidar em uma única entidade listada uma ampla gama de produtos para diversos perfis de clientes. A meta é alcançar diversificação de portfólio, ganho de escala e eficiência, o que trará benefícios significativos para as companhias e seus acionistas.

Otimização Estrutural e Acesso ao Capital
A incorporação visa também simplificar e otimizar a estrutura administrativa e societária do grupo econômico. A medida pretende reduzir custos redundantes e facilitar o Acesso ao capital necessário para o desenvolvimento dos planos de negócios. Essa movimentação era especulada no mercado financeiro há meses, especialmente após o BTG Pactual ter assumido o controle do banco em 2021, comprando a participação da Caixa.
Em divulgações anteriores de resultados, o BTG Pactual já havia demonstrado interesse em uma oferta pública de aquisição (OPA) para retirar o Pan da bolsa, condicionando a decisão ao preço das ações. O vice-presidente financeiro do BTG, Renato Cohn, afirmou que o banco estudava essa possibilidade periodicamente, mas que nenhuma decisão definitiva havia sido tomada.
Histórico e Sinergias no Setor Financeiro
O BTG Pactual é acionista do Banco Pan desde 2011. O Banco PanAmericano, fundado em 1963 e posteriormente controlado pelo Grupo Silvio santos, enfrentou dificuldades em 2010, necessitando de auxílio emergencial do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o que levou à entrada da Caixa como sócia. O atual CEO do Pan, André Luiz Calabro, transferido do BTG, assumiu em fevereiro com o objetivo de promover maior sinergia e investimentos em tecnologia com o acionista majoritário.
A operação de incorporação garantirá o direito de retirada aos acionistas do Banco Pan e também aos detentores de units do BTG Pactual, caso discordem dos termos propostos. A expectativa é que a consolidação fortaleça a posição do BTG Pactual no mercado financeiro brasileiro, ampliando sua oferta de produtos e serviços.
Fonte: Valor Econômico