O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, cotado para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), já criticou veementemente a gestão fiscal do Governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Em um voto proferido em outubro de 2016, Dantas descreveu a administração como “marcada por atos temerários, reveladores de uma perniciosa Falta de desvelo”, com “sombras do descuido e da imprudência”, que geraram efeitos “desastrosos”. Essa declaração ocorreu durante a votação que rejeitou as contas do governo Dilma referentes a 2015, um mês após o impeachment da petista.
Críticas à Gestão Fiscal de Dilma Rousseff
Em seu voto, Bruno Dantas acompanhou o relator José Múcio, atual ministro da Defesa, na reprovação das contas. A decisão unânime do TCU apontou que a gestão de Dilma violou regras da Lei de Responsabilidade Fiscal. Dantas expressou o desejo de que os atos da gestão de Dilma “nunca tivessem ocorrido e que seus efeitos não se fizessem sentir de forma tão intensa e desastrosa por todo o País”. Ele também ressaltou a importância de que o Congresso Nacional fosse alertado sobre o descaso com as contas públicas.
Após o julgamento no TCU, o advogado de Dilma, Ricardo Lodi Ribeiro, comentou que o ambiente político sugeria que os fundamentos do impeachment dificilmente seriam revistos pelo Tribunal de Contas da União.
Contexto Político: Impeachment e Críticas ao STF
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem frequentemente classificado o impeachment de Dilma Rousseff como um “golpe”. Essa avaliação é um ponto pacificado dentro do partido. Em declarações recentes, Lula relembrou a trajetória política da ex-presidente, destacando sua eleição, reeleição e o subsequente impeachment.
A indicação para o STF surge em um momento de articulação política. O ministro Luís Roberto Barroso anunciou sua Aposentadoria antecipada da Corte, com o ato formalizado no Diário Oficial da União. Entre os nomes cogitados para substituí-lo estão o advogado-geral da União, Jorge Messias, o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o próprio ministro do TCU, Bruno Dantas.
Fontes indicam que Lula considera Jorge Messias “maduro” para o cargo, vendo-o como uma aposta segura. Messias, que é evangélico, tem fortalecido a aproximação do governo com o segmento religioso.
Fonte: Estadão