Brasil e Malásia Fortalecem Acordos Comerciais e de Investimento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, assinaram importantes atos de cooperação bilateral com o objetivo de intensificar e diversificar o comércio e os investimentos entre Brasil e Malásia. O foco principal desses acordos está em setores estratégicos como energia, ciência, tecnologia e inovação. Esta visita histórica marca a primeira vez em 30 anos que um presidente brasileiro visita a Malásia, elevando a relação entre as duas nações a um novo patamar.

Convergência de Ideais e Parceria Estratégica

Durante a cerimônia, Anwar Ibrahim ressaltou a forte amizade pessoal com Lula e a convergência de valores entre os países. Ele descreveu Lula como um líder que representa a classe trabalhadora, cuida dos desprivilegiados e possui a coragem de se opor a injustiças globais. Ibrahim também agradeceu o apoio do Brasil em fóruns internacionais, como o BRICS, e reiterou a importância da COP30 sediada no Brasil. A Malásia demonstrou interesse em compartilhar conhecimento em áreas como energia, tecnologia, educação e cultura, além de ampliar a importação de produtos brasileiros. “Este não é um encontro diplomático ordinário. É um encontro de amigos que compartilham ideais”, declarou Ibrahim.

Visão Global e Humanismo na Relação Bilateral

Para Lula, a visita possui um caráter estratégico global, com Críticas ao protecionismo e ênfase na importância da paz, do livre comércio e do humanismo. “A relação do Brasil com a Malásia muda de patamar a partir de hoje. Temos possibilidade de mudar o mundo e fazer com que as coisas sejam melhores, de mostrar que o humanismo não seja derrotado pelo político”, afirmou Lula. O presidente brasileiro também compartilhou sua trajetória pessoal e o compromisso com políticas sociais, destacando a redução da fome no Brasil e a importância de cuidar dos mais necessitados. Ele criticou a falta de governança global e a ineficácia de instituições multilaterais diante de conflitos e crises humanitárias, como o caso de Gaza, e ressaltou a urgência das questões climáticas. “A COP30 será a COP da verdade. O risco climático afeta mais os pobres, que vivem nas periferias das cidades e serão vítimas de secas, ventos e furacões”, disse Lula. Ele também defendeu o crescimento do comércio bilateral, atualmente em US$ 6 bilhões, e a necessidade de fortalecer a transferência de tecnologia e conhecimento.

Fortalecimento do Comércio e Cooperação em Diversas Áreas

O encontro foi caracterizado pelos líderes como uma Parceria de amigos, com o compromisso de transformar a relação Brasil-Malásia em um pilar estratégico que abrange comércio, investimentos, política e cultura. A visita visa também abordar questões globais como governança, direitos humanos e mudanças climáticas. O presidente brasileiro será homenageado com o título de doutor honoris causa pela Universidade Nacional da Malásia.

Discurso de Lula: Amizade, Cuidado e Cooperação Global

Em seu discurso completo, Lula expressou alegria e destacou a conexão pessoal com Anwar Ibrahim, mencionando que ambos foram perseguidos e presos, mas que agora, como líderes de seus países, podem trabalhar juntos para o bem. Ele enfatizou a possibilidade de mudar o mundo através de relações baseadas no humanismo, na paz e no livre comércio. Lula reiterou seu compromisso com o cuidado dos mais necessitados, relatando sua própria experiência com a pobreza e destacando a eficácia das políticas sociais brasileiras na erradicação da fome. Criticou a Falta de governança global e a inércia das instituições multilaterais diante de guerras e crises humanitárias, alertando para os riscos climáticos que afetam desproporcionalmente os mais pobres. Ele defendeu a necessidade de lideranças globais que pensem no planeta e chamou a COP30 no Brasil de “a COP da verdade”. Lula expressou gratidão pela amizade de Ibrahim e pela oportunidade de participar da ASEAM, sendo o primeiro país latino-americano convidado. Por fim, lamentou o baixo fluxo comercial entre Brasil e Malásia (apenas US$ 6 bilhões) e apelou por um esforço conjunto para aumentar essa relação, enfatizando que o Brasil precisa da Malásia e vice-versa, e que a cooperação em tecnologia e cultura pode ser um caminho. A visita foi vista como um marco que mudará a história da relação bilateral.

Fonte: G1