Braga Netto: Defesa Recorre no STF Contra Condenação de 26 Anos

Defesa de Walter Braga Netto recorre no STF contra condenação de 26 anos por crimes ligados à trama golpista. Veja os argumentos.
Braga Netto STF — foto ilustrativa Braga Netto STF — foto ilustrativa

A Defesa do general da reserva Walter Braga Netto apresentou um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a condenação de 26 anos de prisão imposta no âmbito da trama golpista. As decisões sobre esses questionamentos podem ocorrer já nesta semana, conforme informações de integrantes do tribunal. O prazo para a apresentação dos embargos de declaração, utilizados para esclarecer pontos do julgamento, iniciou na semana passada, após a publicação oficial do acórdão, que consolida os votos dos ministros.

Além dos embargos de declaração, as defesas podem, em tese, recorrer a embargos infringentes. Contudo, o STF entende que este último recurso só é aplicável a uma decisão de turma se houver dois votos pela absolvição, o que não ocorreu neste caso. Seguindo o rito processual usual na Corte, após a rejeição dos embargos de declaração, os réus ainda poderiam apresentar um segundo recurso do mesmo tipo. Somente após a negativa desses pedidos se iniciaria o cumprimento da pena.

Crimes pelos quais Braga Netto foi Condenado

Walter Braga Netto foi condenado pela Primeira Turma do STF por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, dano qualificado contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. A condenação, que totaliza 26 anos de reclusão, impacta diretamente a esfera política e jurídica do país, com possíveis desdobramentos no cenário eleitoral.

Walter Braga Netto em evento político antes de sua condenação no STF.
Braga Netto teve recurso apresentado ao STF.

Fundamentos da Condenação e Acusações

A Polícia Federal apontou a participação de Braga Netto em reuniões estratégicas e em orientações a militares para pressionar colegas que discordavam do plano golpista. A Procuradoria-Geral da República também o acusa de tentar interferir na delação premiada de Mauro Cid. Desde dezembro de 2024, Braga Netto está preso preventivamente, sob a acusação de ser um dos líderes e financiadores da trama golpista.

Argumentos da Defesa no Recurso

No recurso apresentado ao STF, os advogados de Braga Netto argumentam que a condenação se baseia em provas consideradas frágeis e em uma delação premiada que, segundo eles, teria sido obtida sob coação. Em alegações finais entregues à Corte, a Defesa classificou como “risível” o plano “Punhal Verde Amarelo”, que previa o assassinato de autoridades, e negou veementemente qualquer envolvimento do general com esse documento. Os advogados também sustentam que o delator Mauro Cid não apresentou provas materiais da suposta entrega de dinheiro por Braga Netto para financiar ações golpistas.

Adicionalmente, a Defesa questiona a imparcialidade do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e aponta nulidades no processo, como o chamado “document dump” – o envio de um volume excessivo de documentos digitais que, segundo eles, dificultou a análise adequada do material pela defesa. A análise desses argumentos pode influenciar o futuro de diversos processos relacionados a eventos recentes da política brasileira.

Fonte: InfoMoney

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