Bradesco mantém apetite a risco moderado e não prevê alta na inadimplência

Bradesco mantém apetite a risco moderado e não prevê alta na inadimplência. Presidente Marcelo Noronha detalha estratégia e projeções do banco para o fim do ano.
Bradesco inadimplência — foto ilustrativa Bradesco inadimplência — foto ilustrativa

O Bradesco (Bradesco) não antecipa um aumento na inadimplência até o fim do ano, segundo o presidente-executivo Marcelo Noronha. Apesar de manter um apetite a risco moderado, o banco identifica oportunidades e expande em modalidades de crédito e segmentos de clientes considerados promissores.

Carteira de Crédito e Segmentos em Destaque

A carteira de crédito expandida do banco atingiu R$ 1,034 trilhão no terceiro trimestre, representando um aumento de 9,6% em relação ao ano anterior. Os segmentos de micro, pequenas e médias empresas (+24,8%) e pessoas físicas (+13,8%) se destacaram, enquanto o de grandes empresas registrou uma queda de 3,5%.

O custo do crédito apresentou um acréscimo de 20,1% ano a ano e 5,1% no trimestre. O Bradesco justificou esse aumento com o reforço de provisões para casos específicos no atacado e no Banco John Deere, que opera no agronegócio.

Prédio do banco Bradesco, com foco no nome da instituição em destaque.
Sede do Bradesco em São Paulo.

Análise de Risco e Cenário de Juros Elevados

Marcelo Noronha assegurou que o banco não percebe risco de crédito significativo para grandes empresas, tratando os casos como pontuais. No setor do agronegócio, apesar de um possível soluço no financiamento de equipamentos no curto prazo, não há preocupações maiores.

O executivo ressaltou que uma parcela da população apresenta maior risco de crédito, o que leva o banco a operar com modalidades que exigem garantias. Similarmente, alguns segmentos de pessoa jurídica exigem cautela. Noronha também chamou a atenção para o elevado patamar dos juros no Brasil, que ultrapassam 10% em termos reais. Com a Selic a 15%, setores e empresas com margens Ebitda mais apertadas enfrentam dificuldades no serviço da dívida.

Desempenho e Projeções do Bradesco

O retorno sobre o patrimônio (ROE) do Bradesco subiu para 14,7% no terceiro trimestre, aproximando-se do custo de capital. Noronha confirmou que o banco continua investindo em sua transformação para aumentar a competitividade e que a evolução do ROE é impulsionada pelo aumento da Receita, com despesas sob controle.

O Bradesco reafirmou suas projeções para o ano, prevendo crescimento da carteira de crédito expandida entre 4% e 8%, e margem financeira líquida entre R$37 bilhões e R$41 bilhões. A expectativa é que o desempenho das métricas fique no topo do guidance.

Fachada moderna do banco Bradesco.
Expansão e modernização do Bradesco.

Reação do Mercado e Perspectivas

Apesar do lucro líquido recorrente de R$ 6,2 bilhões no terceiro trimestre, em linha com as expectativas, as ações do Bradesco recuaram na bolsa. Analistas do BTG Pactual apontaram que as expectativas do Mercado poderiam estar um pouco elevadas, mencionando a estagnação do ROE como um ponto de frustração.

No entanto, o BTG Pactual reiterou uma perspectiva de valorização para as ações do Bradesco nos próximos 6 a 12 meses, apesar de uma cautela em relação às perspectivas de médio e longo prazo. A instituição financeira tem focado em clientes de alta renda e empréstimos com garantia do Governo no segmento de PMEs, buscando retornos sustentáveis.

Fonte: InfoMoney

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