O ministro Guilherme Boulos, recém-nomeado para a Secretaria-Geral da Presidência, declarou que pretende permanecer no cargo até o final do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa decisão implica sua ausência nas eleições de 2026, um movimento com potencial impacto na estratégia eleitoral do Psol, partido pelo qual Boulos foi eleito deputado federal.
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Decisão de Boulos e o Psol
A permanência de Boulos no ministério até o fim do mandato de Lula significa que ele não cumprirá o prazo legal de desincompatibilização, que seria em abril do ano eleitoral para quem deseja concorrer. Em Entrevista à GloboNews, Boulos afirmou: “Minha perspectiva é permanecer no governo até o final [do mandato]. Se eu saísse no fim de abril [prazo estipulado pela legislação eleitoral para quem vai disputar as eleições no mesmo ano], que trabalho eu faria com começo, meio e fim? Mas as decisões eleitorais não vão ser tomadas agora.”
A saída de Boulos da Câmara dos Deputados, onde foi o deputado mais votado por São Paulo em 2022 com mais de 1 milhão de votos, pode afetar a bancada do Psol. A força de uma bancada é crucial para o cálculo de recursos dos fundos eleitoral e partidário, além do acesso a tempo de rádio e TV. Boulos, no entanto, demonstrou confiança em outros nomes do partido, citando a deputada Erika Hilton e mencionando o lançamento de novos quadros do movimento social.
Ministério e Alianças Políticas
O ministro minimizou as preocupações sobre o impacto de sua ausência nas eleições, ressaltando que “o Psol tem outros nomes importantes, como a deputada Erika Hilton. Vamos lançar outros nomes do movimento social que vão herdar esses votos”. Boulos também negou que o convite para assumir o ministério tenha qualquer relação com uma possível migração para o PT, partido do presidente Lula, afirmando que “o presidente não colocou isso como condição”.
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Contexto Eleitoral e Estratégia do Psol
A decisão de Boulos de permanecer no ministério afeta a estratégia do Psol para as eleições de 2026, especialmente em São Paulo, onde ele obteve expressiva votação em 2022. A legislação eleitoral brasileira exige que candidatos que ocupam cargos no Executivo se desincompatibilizem com certa antecedência para poderem concorrer. Ao optar por permanecer no cargo, Boulos renuncia a uma possível candidatura, o que pode abrir espaço para outros líderes do partido e influenciar a disputa por recursos e tempo de propaganda.
A aliança entre Boulos e o Governo Lula, bem como a relação do Psol com o PT, continuam sendo temas de análise no cenário político. A declaração do ministro busca dissipar especulações sobre sua futura carreira política e focar nas responsabilidades atuais em Brasília.
Fonte: Valor Econômico