O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, expressou seu desejo de permanecer no governo Lula até o final do mandato. Em Entrevista ao UOL News, Boulos afirmou que discussões sobre uma possível candidatura em 2026 serão adiadas para o próximo ano. Caso Boulos decida concorrer, ele teria que deixar o cargo ministerial no início de abril, prazo legal para desincompatibilização.
Diálogo e Democracia: Posição do Ministro
Boulos explicou que sua declaração de posse sobre não dialogar com quem ataca a democracia se refere à impossibilidade de ter “discussões construtivas” sobre soluções para o país. Ele ressaltou a distinção entre esse posicionamento e o diálogo institucional, que é uma obrigação de sua função como ministro. “O que eu disse é que eu vou rodar o Brasil, conversar e ouvir todos os setores da sociedade e que nesta conversa de escuta política e discussão construtiva de propostas não há diálogo possível com quem ataca a democracia e trai o Brasil. Isso é uma coisa; outra coisa é diálogo institucional, que aí não é nem opção minha como ministro, é obrigação e parte da minha função”, explicou.
Como exemplo de figura com quem “não faz sentido discutir projeto para o Brasil“, Boulos citou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ele criticou a permanência de Bolsonaro na Câmara, especialmente considerando suas ausências e residência nos Estados Unidos. “É uma coisa inacreditável que esse cidadão ainda seja deputado. Esse cara tinha que ter sido cassado e é uma vergonha para o Parlamento brasileiro o Eduardo Bolsonaro continuar recebendo salário e verba de gabinete como deputado”, declarou.
Críticas ao Congresso e Papel das Emendas Parlamentares
O ministro também comentou o cenário político da Câmara dos Deputados, onde atuou em seu primeiro mandato antes de assumir a pasta ministerial. Segundo Boulos, o protagonismo das emendas parlamentares tem esvaziado o debate no Congresso, transformando deputados e senadores em “espécies de vereadores federais”. Ele criticou o foco em questões locais e a distribuição de Orçamento via emendas, afirmando que não é o modelo de fazer política que ele acredita. “Um negócio de você tratar da questão local, paroquial, específica e distribuidor de orçamento a partir das emendas parlamentares. Esse não é o jeito que eu acredito de fazer política. É um ambiente que está muito desgastado e despolitizado”, concluiu.
Fonte: Estadão
 
			 
						 
					 
										 
									 
										 
									 
										 
									 
										 
									 
										 
									 
										