Bolsonaro perde força: Lula em alta, STF apertando cerco e aliados distantes

Jair Bolsonaro perde força política diante da pressão do STF, impasses no Congresso e alta de Lula. Entenda o cenário e os desafios para 2026.
Jair Bolsonaro perde força — foto ilustrativa Jair Bolsonaro perde força — foto ilustrativa

O ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta um crescente enfraquecimento político. A pressão do Supremo Tribunal Federal (STF), impasses no Congresso Nacional e a recuperação de popularidade de Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas contribuem para esse cenário. O cerco se intensificou com recursos recentes na Corte, o impasse em torno do PL da Dosimetria e a crise na segurança pública, fatores que colocam em xeque a força política de Bolsonaro para as eleições de 2026.

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Pressão Jurídica e Condenação do STF

O desgaste de Bolsonaro se manifesta em diversas frentes, especialmente no campo jurídico. Condenado a 27 anos e três meses de Prisão, Bolsonaro, por meio de sua Defesa, apresentou recursos ao STF. A expectativa é que o julgamento desses recursos, agendado para 7 de novembro, não modifique substancialmente a decisão, pois os argumentos repetem teses já superadas pelos ministros da Primeira Turma, como a de Alexandre de Moraes.

A apresentação dos últimos recursos possíveis antes da decisão final sobre sua prisão demonstra a delicada situação jurídica do ex-presidente.

Impasse no Congresso e o PL da Dosimetria

No cenário político, o enfraquecimento de Bolsonaro é notável no Congresso. O PL da Dosimetria, que visava reduzir penas para envolvidos em atos golpistas, encontra-se travado na Câmara dos Deputados. A Falta de articulação com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, aliado de Lula, contribui para o impasse. O texto, que poderia beneficiar diretamente Bolsonaro, perdeu força, com lideranças como Paulinho da Força avaliando que a proposta “perdeu gás”.

O líder da oposição, Zucco (PL-RS), defende que apenas uma anistia “ampla, geral e irrestrita” interessa à oposição, mantendo o debate sobre o tema em pauta.

Crise na Segurança e Impacto na Direita

A recente megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro recolocou a segurança pública no centro das discussões na Câmara. Segundo o cientista político Leandro Consentino, do Insper, essa pauta, que não agrada nem à esquerda nem à direita, acabou naufragando e contribuindo para a perda de timing do PL da Dosimetria. O episódio, somado a desgastes como a aprovação da PEC da Blindagem, reforça a percepção de que o aval do Senado é crucial para o avanço de pautas relevantes.

A tentativa de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo de pressionar autoridades nos EUA e interferir na ação penal do golpe teve efeitos colaterais, incluindo a denúncia apresentada pela PGR contra Eduardo por coação no curso do processo e a tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos.

Recuperação de Lula e Cenário para 2026

O avanço de Lula nas pesquisas de intenção de voto reconfigura o cenário político, enfraquecendo a principal aposta da direita para 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A melhora na avaliação do presidente Lula reduz o espaço político para que Tarcísio se consolide como alternativa competitiva, o que, na prática, amplia o isolamento de Bolsonaro e afasta a perspectiva de uma guinada à direita em 2027 que pudesse abrir caminho para um eventual indulto.

Antonio Lavareda, cientista político, destaca que a capacidade de Lula em converter tensão em diálogo e sua comunicação assertiva têm contribuído para a recuperação de sua popularidade. O encontro entre Lula e Trump na Malásia simboliza essa habilidade de negociação.

Análise Final: Cacife Político Incerto

A soma desses fatores consolida o enfraquecimento de Bolsonaro, deixando-o com um cacife político cada vez mais incerto para 2026. “Bolsonaro ainda tem algum capital político, mas ele está cada vez menor. Sua ascendência sobre a direita vem se erodindo, embora a real dimensão desse desgaste só possa ser medida em 2026”, afirmou Consentino.

Fonte: Estadão

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