R$ 10 bilhões em emendas em risco: MP caduca e afeta Orçamento

MP 1.303 sobre IOF pode caducar e R$ 10 bi em emendas serem bloqueados. Governo alerta para impacto fiscal e busca alternativas para o Orçamento 2026.
bloqueio de emendas — foto ilustrativa bloqueio de emendas — foto ilustrativa

O líder do Governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), alertou que a não aprovação da Medida Provisória 1.303 pode levar ao bloqueio de até R$ 10 bilhões em emendas parlamentares. A MP em questão substitui o aumento original do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A declaração surgiu após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros e líderes da base aliada. Segundo Randolfe, a perda de validade da MP, que precisava ser votada até o final do dia, resultaria em uma redução de pelo menos R$ 17 bilhões na arrecadação prevista para 2026. Essa queda obrigaria o governo a realizar ajustes imediatos nas despesas.

“Caso não tenha aprovação da MP, haverá contingenciamento de R$ 7 bilhões a R$ 10 bilhões só de emendas. Vamos buscar alternativas para manter a arrecadação, mas essa é uma consequência inevitável”, declarou o líder do governo.

Risco Fiscal e Cumprimento de Metas

Randolfe Rodrigues ressaltou que o Executivo tem a obrigação de cumprir as metas fiscais estabelecidas no arcabouço fiscal e na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ambas aprovadas pelo próprio Congresso Nacional.

“Se temos uma queda de Receita, por óbvio, temos que ampliar o contingenciamento. Não há margem para descumprir metas”, acrescentou.

A Medida Provisória faz parte do planejamento da equipe econômica para equilibrar as contas públicas em 2026, um ano eleitoral crucial. Sua aprovação é vista como essencial para a finalização do Orçamento. Embora o texto tenha sido aprovado em uma comissão mista por uma margem apertada (13 votos a 12), enfrenta resistência de parte do Centrão e da oposição.

Acusações de Sabotagem

Em Entrevista coletiva, Randolfe afirmou que o governo ainda está analisando alternativas caso a MP caduque. No entanto, ele acusou setores da oposição e do Centrão de estarem “sabotando” a proposta.

“O que está em jogo não é o mérito da MP, mas uma ação de sabotagem coordenada pelo governador Tarcísio de Freitas e por outros personagens, como Ciro Nogueira”, disse o senador.

A votação da MP 1.303 ocorre em um contexto de disputa política entre o Planalto e as lideranças da Federação União Progressista (UPb) – composta por União Brasil e PP –, que formalizou o rompimento com o governo em setembro.

Impacto da MP 1.303 nas Contas Públicas

Editada em junho, a MP substitui um decreto anterior que previa o aumento das alíquotas do IOF, medida que gerou forte reação de setores empresariais e foi revogada. O texto aprovado pela comissão mista propõe a uniformização das alíquotas do Imposto de Renda sobre aplicações financeiras, a tributação de criptoativos, alterações na Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) de fintechs e regras mais rigorosas para compensações tributárias.

Mesmo após concessões, o governo estima uma arrecadação de cerca de R$ 17 bilhões em 2026, um valor R$ 3 bilhões inferior à projeção inicial. A aprovação da medida é considerada determinante para evitar cortes orçamentários e fortalecer a credibilidade fiscal do governo Lula. A falha na aprovação pode resultar no bloqueio de emendas parlamentares e despesas discricionárias já no início do próximo ano fiscal.

Senador Randolfe Rodrigues discursa sobre MP e risco de bloqueio de emendas.
Senador Randolfe Rodrigues alertou sobre as consequências da caducidade da MP.
Carlos Zarattini, relator da MP do IOF, critica falta de palavra de partidos.
Carlos Zarattini, relator da MP, criticou a postura de partidos.

Fonte: InfoMoney

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