Blackstone prevê ano forte para IPOs e atinge US$ 1,24 tri em ativos

A Blackstone antecipa um dos anos mais lucrativos de sua história em ofertas públicas iniciais (IPOs), ao mesmo tempo em que seus ativos sob gestão alcançaram o Recorde de US$ 1,24 trilhão. Executivos da empresa de investimentos norte-americana indicaram que o cenário para transações tem melhorado significativamente.

Cenário Pós-Volatilidade e Ajuste de Empresas

Após um início de ano marcado pela volatilidade e pela imposição de tarifas de importação pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as transações na carteira da Blackstone têm se tornado mais frequentes e rápidas. As diretorias das empresas têm demonstrado maior capacidade de adaptação à incerteza econômica persistente.

Expectativas para a Atividade de Transações e IPOs

“Leva tempo para realizar IPOs, leva tempo para concluir processos de venda, mas a perspectiva geral que ouvimos está melhorando. Essa barreira de negócios está se rompendo e deve levar a mais realizações ao longo do tempo”, afirmou Jon Gray, presidente e diretor de operações da Blackstone, a analistas durante a apresentação do resultado da empresa no terceiro trimestre. Os resultados da companhia superaram as estimativas do Mercado.

Crispin Love, analista da Piper Sandler, comentou: “Foram alguns anos muito lentos em termos de atividade de transações e IPOs, portanto, há muita demanda reprimida e estamos começando a ver isso acontecer. Isso é um bom preparo para 2026, quando poderemos ver um grande ano de atividade e realização de IPOs.”

Desempenho Financeiro e Vendas de Ativos da Blackstone

O Lucro da Blackstone registrou um aumento de 48%, totalizando US$ 1,89 bilhão, o que equivale a US$ 1,52 por ação no trimestre. Esse resultado superou as expectativas de US$ 1,23 por ação, conforme compilado pela LSEG. A empresa vendeu US$ 30 bilhões em investimentos no período, sendo US$ 9,3 bilhões em ativos de private equity, mais que dobrando o lucro dessa área em relação ao trimestre anterior.

Desafios e Oportunidades no Private Equity

O modelo tradicional de private equity, focado na compra e venda de empresas, enfrentou obstáculos. As companhias têm buscado se desvendar de ativos adquiridos em períodos de taxas de juros significativamente mais baixas. Nesse contexto, a Blackstone realizou o IPO de três empresas no trimestre, incluindo a Legence, fornecedora de serviços de energia e manutenção.

Investimentos em Crédito e Entrada de Capital

No segmento de crédito, a Blackstone liderou um investimento de US$ 7 bilhões em uma instalação de gás natural liquefeito pertencente à Sempra, localizada no Texas. Ao todo, a empresa aplicou US$ 26,6 bilhões de capital no trimestre. O braço de crédito e seguros foi responsável por quase dois terços dos US$ 54,2 bilhões em entradas de capital, elevando os ativos sob gestão para US$ 1,24 trilhão, um Recorde para o setor, segundo Stephen Schwarzman, CEO da Blackstone.

Foco em Infraestrutura e Data Centers

Schwarzman destacou os investimentos em infraestrutura digital e de energia como vetores de crescimento futuro. Dentro do private equity, a estratégia de infraestrutura apresentou o melhor desempenho. A demanda por data centers continua em ascensão, com o portfólio da Blackstone registrando uma duplicação na carteira de projetos no terceiro trimestre.

Apesar de algumas preocupações com uma possível bolha em investimentos em data centers, Gray ressaltou que a demanda global por essas infraestruturas está crescendo. “A chave para nós (…) é garantir que façamos isso de forma prudente”, afirmou Gray, indicando que a empresa priorizará locações de longo prazo e avaliará a qualidade de crédito dos locatários.

Fonte: InfoMoney