Banco Central exige relatórios de riscos socioambientais de bancos

Banco Central abre consulta para novas regras em relatórios de riscos socioambientais de instituições financeiras. Saiba mais sobre as exigências.
Scott Graham em Unsplash: foto representando sustentabilidade e riscos ambientais. Scott Graham em Unsplash: foto representando sustentabilidade e riscos ambientais.

O Banco Central (BC) abriu consulta pública para estabelecer novas exigências sobre o Relatório de Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e Climáticas (Relatório GRSAC). As contribuições podem ser enviadas até 13 de fevereiro de 2026.

Aprimoramento e Padronização dos Relatórios

A proposta visa aprimorar as tabelas qualitativas existentes e introduzir novos requisitos, tanto qualitativos quanto quantitativos. A partir de 2028, com data-base em dezembro de 2027, as instituições financeiras de maior porte (Segmentos 1 e 2) deverão publicar o relatório neste formato expandido.

Kathleen Krause, chefe-adjunta do departamento de regulação do BC, destacou que o objetivo principal é aumentar a transparência e reduzir a assimetria de informações através de tabelas padronizadas. “A proposta permite inclusive a comparabilidade Internacional porque são padrões globais”, explicou. O BC pretende finalizar o normativo no primeiro semestre de 2026.

Granularidade e Comparabilidade Internacional

Ricardo Moura, chefe do departamento de regulação prudencial e cambial do BC, ressaltou que a consulta pública amplia a norma atual de divulgação de informações, trazendo maior granularidade. O Banco Central divide as instituições em segmentos para a regulação prudencial: S1 (maiores bancos), S2 (bancos relevantes), S3, S4 e S5 (dispensados).

As instituições do Segmento S3 deverão divulgar todas as tabelas a partir de 31 de dezembro de 2028. Já as do Segmento S4, que antes reportavam apenas dados qualitativos de governança, terão que incluir informações sobre compromissos sociais, ambientais ou climáticos nacionais e internacionais, seguindo tabelas padronizadas no mesmo prazo das S3.

Scott Graham em Unsplash: foto representando sustentabilidade e riscos ambientais.
Novas exigências visam aumentar a transparência sobre riscos ambientais e climáticos.

Impacto na Análise de Risco e Transição Sustentável

Inês Cavalcanti, assessora do departamento de regulação prudencial e cambial, explicou que as novas exigências permitirão uma análise mais precisa da exposição das instituições a perdas futuras decorrentes de eventos climáticos extremos, como enchentes e secas. Serão requisitadas informações sobre risco de transição climática e setores de alta emissão de carbono ou expostos a riscos físicos.

Kathleen Krause adicionou que os novos normativos incentivam os regulados a conhecerem melhor seus clientes e suas práticas de sustentabilidade, especialmente aqueles em setores de alta emissão ou em transição. “Muitos bancos desenvolvem consultoria especializada em auxiliar seus clientes a fazer uma transição sustentável”, comentou.

Custo de Captação e Interesse de Investidores

Sobre o impacto no custo de captação, Krause sugeriu que não há relação direta, mas sim um impacto indireto positivo. Com a maior clareza do perfil de atuação, redução da assimetria de informação e aumento da Disciplina de mercado, o interesse de investidores tende a crescer. “Havendo maior interesse é possível que o banco tenha maior facilidade de captação e, consequentemente, menor custo”, concluiu.

Fonte: Valor Econômico

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